17.06.2008 - 08h43
Por Ana Rita Faria
PÚBLICO (arquivo)
As acções, que vão decorrer sobretudo entre as 17h45 e as 18h00
Depois dos pescadores e dos camionistas, chegou a vez das vozes - ou antes, das buzinas - de milhares de cidadãos soarem em protesto contra a escalada dos preços dos combustíveis. Promovida pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), a acção de protesto marcada para hoje vai mobilizar mais de 70 buzinões de norte a sul do país, cobrindo praticamente todas as capitais de distrito.
"Esperamos muitos milhares de cidadãos para mostrar ao Governo que não estão contentes com o aumento dos preços dos combustíveis e com o consequente aumento dos custos de vida", afirmou ao PÚBLICO Carlos Braga, presidente do MUSP, entidade que congrega cerca de 110 comissões de utentes dispersas pelo país.
De acordo com o responsável do movimento, o principal objectivo do protesto é "chamar à responsabilidade o Governo e as empresas petrolíferas", que têm de se "sentar à mesa" e encontrar soluções para que "os aumentos nos combustíveis não se façam sentir com tanta gravidade sobre os cidadãos".
As acções, que vão decorrer sobretudo entre as 17h45 e as 18h00, estão a ser mobilizadas por diversas comissões de utentes, sindicatos e organizações sócio-profissionais. Em Lisboa, o buzinão vai estender-se às zonas do Marquês de Pombal, Saldanha, Alcântara, Campo Grande e Parques das Nações; na margem sul, nomeadamente em Almada e no Seixal, um buzinão com marcha lenta vai começar logo às 7h. Setúbal, Oeiras, Vila Franca de Xira, Loures, Alenquer, Vila Real de Santo António, Olhão, Silves, Covilhã e Viseu são outras cidades com protestos agendados para a tarde de hoje.
Também em Viana do Castelo havia um buzinão marcado para hoje - uma acção de protesto contra as portagens -, mas que acabou por ser cancelado por receio de ser confundido com o buzinão promovido pelo MUSP. Ainda assim, diversas outras localidades servidas pelas auto-estradas sem custos para o utilizados (SCUT) do Norte Litoral, Costa de Prata e Grande Porto, vão dar seguimento à acção de luta contra a intenção do Governo de introduzir portagens nessas vias.