A população mundial de idosos está a crescer e em breve será, pela primeira, mais numerosa do que a das crianças.
O envelhecimento populacional deve pressionar os custos da segurança social e da saúde, obrigando a profundos aumentos nos gastos públicos, o que pode desacelerar o crescimento económico tanto nos países ricos quanto nos pobres.
Em meados de 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento de Censos dos EUA. Para 2040, espera-se que o número de idosos atinja os 1,3 mil milhões de pessoas ou 14% da população mundial.
"As pessoas com 65 anos ou mais em breve vão superar em número as crianças com menos de 5 anos, pela primeira vez na História", diz o relatório elaborado por Kevin Kinsella e Wan He, do Departamento de Censos dos EUA, citado pela Reuters.
O relatório concluiu que as pessoas com 80 anos ou mais são a parcela da população que mais cresce em diversos países. Globalmente, essa população de idosos deve crescer 233% entre 2008 e 2040.
"A redução da proporção entre trabalhadores e pensionistas e o facto de cada vez mais as pessoas passarem uma maior parte das suas vidas na aposentadoria representam uma taxação cada vez maior dos sistemas existentes de saúde e previdência", pode ler-se no relatório.
“O aumento é primariamente o resultado dos altos níveis de fertilidade depois da Segunda Guerra Mundial e, secundariamente, mas cada vez mais, o resultado da redução das taxas de mortalidade nas idades mais avançadas", diz ainda o documento
Doenças crónicas, como problemas cardíacos e cancro, continuam a ser os maiores responsáveis pela mortalidade, especialmente entre os mais velhos, o que se traduz em enormes gastos nos sistemas de saúde.
Se os países e empresas se programarem adequadamente, o envelhecimento populacional pode criar oportunidades de crescimento económico, argumenta o estudo, que por outro lado cita um relatório de 2006 da Comissão Europeia, segundo o qual os custos de previdência, saúde e cuidados de longo prazo provocarão aumentos nos gastos públicos e causarão uma redução nas taxas de crescimento do PIBs nacionais.
"E, na ausência de mudanças políticas, a taxa potencial de crescimento económico da UE seria reduzida pela metade até 2030", alerta o relatório.
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