No caso dos doentes que ficaram cegos no Hospital de Santa Maria, a Inspecção-geral das Actividades em Saúde não exclui nenhum cenário, nem mesmo a hipótese de sabotagem do medicamento que foi injectado nos olhos.
É uma suspeita que se apoia num telefonema anónimo feito há dias para o hospital de Santa Maria. Juntamente ao Avastin injectado nos olhos das seis pessoas, poderá ter sido intencionalmente colocada uma outra substância, tóxica para os olhos, e terá sido esse material o responsável pela cegueira dos pacientes.
Não está de lado a hipótese da chamada ter tido origem no interior do Hospital de Santa Maria. Um telefonema com objectivo e origem desconhecidos.
Segundo o diário Público, a sabotagem é uma das hipóteses que o inquérito está a analisar. A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde não descarta qualquer teoria, mas aquela que é avançada como sendo a mais provável é a troca de medicamentos.
Outra ainda é a adulteração do Avastin utilizado nas injecções, por ter sido mal armazenado e exposto ao calor. Aparentemente o que está colocado de parte é a hipótese de infecção.
As atenções da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde centram-se agora na farmácia do Santa Maria. Foi ali que foram preparadas as oito seringas que seguiram através de uma manga esterilizada para o bloco operatório.
Já quem vai tentar descobrir que substância foi, afinal, injectada nos olhos dos seis pacientes. É o Instituto Nacional de Medicina Lega, mas a viabilidade desses exames ainda não é certa, já passaram dez dias desde que foram ministradas as injecções. Pode ter sido tempo demais.
A Inspecção-geral das Actividades de Saúde e a administração do Hospital de Santa Maria para já guardam silêncio sobre esta notícia.
Já o presidente da Entidade Reguladora da Saúde confirmou que está em curso uma investigação ao sucedido no hospital Santa Maria.
Álvaro Santos de Almeida diz que há empenho em descobrir o que sucedeu e provocou a cegueira em três doentes do Hospital Santa Maria. O presidente da ERS acrescentou ainda que a principal preocupação é que casos idênticos não se repitam no futuro.
TSF