Feira Nova é o mais barato dos hipermercados
Olhar com atenção para os preços marcados nas prateleiras antes de escolher o supermercado onde fazer compras é um exercício rentável. Ao fim de um ano, a poupança pode chegar aos 700 euros, quase dois ordenados mínimos nacionais (que rondam os 403 euros) e o equivalente ao custo de um computador, de uma prestação da casa ou de 140 idas ao cinema.
A conclusão é de um estudo da DECO Proteste, que comparou 66 mil preços, 572 estabelecimentos e 113 localidades. De acordo com esta avaliação, a opção mais barata às vezes está a poucos metros de distância, exactamente do lado oposto da rua.
Lisboa, Faro e Setúbal são as regiões com as maiores disparidades de preços e onde um comprador atento pode lucrar mais com a comparação de produtos. A revista dá o exemplo. "Se um consumidor que gasta 250 euros por mês no Pingo de Ouro, na Rua Santana à Lapa [Lisboa], mudar para o Pingo Doce, na mesma rua, poupará todos os meses mais de 41 euros." Ao fim de um ano, são 495 euros. Já no distrito de Setúbal, "com uma despesa mensal de 250 euros no Europa do Seixal, em vez do Continente, na mesma localidade, desperdiça todos os meses quase 55 euros. Ou seja, mais 650 euros por ano".
Contas feitas, a revista do consumidor concluiu que o Feira Nova é a cadeia com preços mais vantajosos num cabaz que integra cem produtos. Logo a seguir surge o Continente. Mas se a opção é pelos produtos de marca branca, há super e hipermercados mais baratos. O destaque desta lista vai para o Aldi que, "junto com o Plus, outra loja de desconto, partilha o primeiro lugar". Na categoria de cadeias com preços mais baixos, estas duas destronaram o Lidl, que no ano passado era a mais competitiva. Na lista deste cabaz (81 produtos destinados a quem não olha a marcas e escolhe o mais barato), surge em segundo lugar o Minipreço.
A Proteste analisou depois um terceiro capaz, destinado a comparar 64 produtos de marca própria e exclusiva de cada uma das superfícies. Neste campo, o Feira Nova continua a ser aquele que oferece melhores preços, seguido do Minipreço e Pingo Doce.
Lisboa é a região mais cara
De acordo com a análise que será publicada em Setembro, Lisboa continua a ser a região mais cara, com o Norte e o Centro do País a oferecerem os preços mais baixos - na edição da revista será disponibilizada uma listagem com um índice de preços dos diferentes distritos do País e dos super e hipermercados ali existentes). Apesar de a Grande Lisboa manter o primeiro lugar dos locais onde é mais caro ir ao supermercado, conseguiu este ano colocar três supermercados na tabela dos mais baratos do País. Mas são também os mais caros a situarem-se na capital -o Polisuper, em São João do Estoril, e o El Corte Inglés, na Avenida António Augusto Aguiar.
Um estudo da Direcção-Geral da Empresa (DGE), realizado no final de 2005, também concluía que a Grande Lisboa era a região mais cara, por oposição ao Porto, onde se encontram os super e hipermercados com os preços mais vantajosos. As maiores diferenças encontravam-se nos produtos de alimentação e bebidas. Mas no levantamento realizado pelo DECO Proteste não é possível comparar os valores cobrados aos consumidores por tipo de produto. A comparação feita pela DGE apontava o Jumbo como a cadeia mais barata e a Leclerc a mais cara, mas este estudo excluía os estabelecimentos de desconto como o Minipreço ou o Lidl. Os valores também variam dentro das mesmas cadeias. Por exemplo, os mesmo 164 produtos no Continente de Leiria custavam maios 28 euros do que no Continente do Porto.
Fonte: Diário de Noticias