Barcelos: Pode ter sido um ritual satânico
Cadáver em urna era de um animal
Dificilmente alguém saberá o que afinal aconteceu. Pode ter sido uma brincadeira, um ritual satânico ou mesmo uma cerimónia feita por alguém que tivesse especial apego pelos animais.
Certo para já é que não se tratava de um bebé. Não eram restos humanos que estavam na urna branca, desenterrada na semana passada do Cemitério de Carapeços, em Barcelos.
A descoberta tinha sido feita pelo coveiro e durante uma semana a freguesia viveu em polvorosa. Não havia registos de funerais de crianças nos últimos dois anos (o tempo que se estimava ter o que se pensava ser um cadáver). E o corpo enterrado na zona, ainda não utilizada em cerimónias fúnebres, não teria cumprido as regras legais.
Os primeiros exames de Medicina Legal, feitos no Porto, por um antropólogo forense, mostraram que afinal não se tratava de um bebé. A amálgama de ossos minúsculos encontrados no interior de um saco de plástico, dentro de uma urna branca, pertencerão a um animal. Gato ou cão, não se sabe, tal como se desconhece quem fez o enterro.
O caso, que estava atribuído à Polícia Judiciária de Braga, por se suspeitar de crime, vai agora para o Ministério Público. Poderá ser liminarmente arquivado, por não haver qualquer indício de quem fez o enterro e por estar em causa um crime menor (quando muito violação de propriedade alheia). Ficará para sempre por esclarecer.
JUNTA VERIFICOU DOCUMENTOS
Nos últimos anos houve enterros de crianças na freguesia, mas não havia qualquer possibilidade de ter havido a troca de um caixão. Os documentos foram todos verificados e era certo que o local onde o corpo tinha sido encontrado, nunca fora usado para funerais.
A situação foi verificada pelo presidente da Junta de Freguesia, Bartolomeu Barbosa, que, segundo disse ao CM, teve o cuidado de verificar os documentos dos últimos dois anos. Para perceber o que poderia ter acontecido e se haveria a possibilidade de ter existido um erro.
O coveiro, funcionário da junta há 35 anos, também recusava a possibilidade de troca de urnas.
Tânia Laranjo
Informação retirada do jornal correiodamanha.pt