Companhias aéreas cobram mais por oxigénio suplementar
PATRÍCIA JESUS
Alerta. Diminuição dos níveis de oxigénio pode causar problemas a doentes
A diminuição dos níveis de oxigénio nos voos de longo curso pode causar problemas a pessoas com doenças respiratória e cardíaca graves. Assim, as companhias devem ser capazes de fornecer oxigénio suplementar a estes doentes. A conclusão é de um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. No entanto, nem todas são capazes de dar resposta e algumas cobram mais pelo serviço, diz o coordenador da investigação.
A equipa do pneumologista João Carlos Winck seguiu dez indivíduos saudáveis, monitorizando os níveis de oxigénio, em 20 voos de longo curso e 10 de curta distância. Concluiu que, nos voos que duram mais de quatro horas e que chegam a 11 mil metros de altitude, a saturação de oxigénio baixa para os 85%, como no cume de uma montanha de 2 500 metros. Para uma pessoa saudável "uma baixa de 10 por cento não terá consequências", diz o pneumologista, "além de uma eventual dor de cabeça ou cansaço". No entanto, para alguém com problemas respiratórios crónicos, que "já tenha as reservas baixas, pode ser extremamente grave", alerta. Aliás, há registo de episódios de falta de ar, crises cardíacas e mortes causadas pela baixa oxigenação em doentes graves, sublinha João Carlos Winck.
Por isso, a pneumologista Cristina Matos explica que todos os doentes respiratórios deviam consultar o médico antes de viagens longas de avião. Para alguns, pode ser preciso, durante o percurso, levar um fornecimento suplementar de oxigénio. Neste casos, o doente tem de comunicar essa necessidade à companhía aérea para precaver esta situação.
João Carlos Winck lembra que, uma vez que o oxigénio é combustível e pode provocar explosões, as companhias têm de planear estas situações em termos logísticos.
O pneumologista defende também que as companhias deveriam dispor de oxímetros, aparelhos que se colocam num dedo e medem a oxigenação do sangue.
in dn.sapo.pt
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