Uma cadela de raça pitbull anda a semear o pânico e o terror entre os moradores de Leça do Balio, Matosinhos. "Tenho medo de sair à rua", contou, ao JN, uma vizinha. "Não vejo razões para receios", alegam os donos do animal em fúria.
A pitbull coabita com os donos, na Travessa D. Frei Diogo Melo Pereira, a meio caminho entre a Ponte da Pedra e as instalações da Unicer, em Leça do Balio, e, no início da semana, feriu, com bastante gravidade um pequeno animal das redondezas. Em agonia, o médico veterinário optou pelo seu abate. "Foi horrível tudo quanto aconteceu. Desta vez, a pitbull atacou um animal, mas podia ser uma criança e ter ceifado a sua vida. Foram momentos de grande tensão e desespero", denunciou, ao JN, António Vieira Alves, a residir na mesma artéria.
Alertada a PSP, os donos da pitbull foram identificados e, segundo o JN apurou, as autoridades aguardam a entrega do relatório do médico veterinário para tomar medidas, entre as quais o possível abate da cadela.
"Na minha opinião, é uma irresponsabilidade ter cães deste tipo à solta, ainda por cima sem açaime, sem vacinas em dia e cumprimento das regras de segurança. As pessoas andam indignadas", contou António Alves.
Metros abaixo, outra moradora levantou a voz contra o "desprezo e a passividade" dos donos perante os outros cidadãos: "Há algum tempo, andava grávida e a pitbull veio à rua e deu-me um forte encontrão. Por sorte, não fui cair à valeta", referiu, ao JN, uma vizinha, que evita identificar-se, com medo de represálias.
Contactados pelo JN, os donos da pitbull optaram por desvalorizar as críticas. "Não temos medo das denúncias". Depois, confirmaram os receios dos vizinhos, nomeadamente o facto da pitbull não ter chip identificativo, vacinas em dia, bem como a inexistência de uma apólice de seguro contra acidentes. "A nossa cadela pitbull saiu de casa e, por azar, não levou açaime. Não consideramos a pitbull um animal perigoso", garantiu, ao JN, Tiago Rodrigues.
Segundo o novo regime jurídico aprovado em Agosto, o Governo criminaliza não só os comportamentos "correspondentes à promoção ou participação com animais em lutas", bem como a "ofensa à integridade física causada por animal perigoso, ou potencialmente perigoso, por dolo, ou negligência do seu detentor".
IN Jornal de Noticias