A câmara municipal de Lisboa activou o plano de contingência para a população de rua durante a vaga de frio, prevendo o reforço da distribuição de comida e bebida quentes, agasalhos e mais 30 camas para pernoitar.
A partir de quarta-feira, os sem abrigo vão poder deslocar-se a um espaço de emergência no quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros, na Avenida D. Carlos I, onde serão distribuídos alimentos e bebidas quentes e agasalhos, disse à Lusa a directora do Departamento de Acção Social da autarquia.
Filomena Marques acrescentou que existem quatro pontos de encontro onde os sem abrigo se podem reunir para serem depois transportados para o centro de emergência: estações de metro do Saldanha, Santa Apolónia, Sete Rios e Baixa-Chiado.
No entanto, as estações de metro só deverão ficar abertas durante a noite caso o alerta seja elevado para o nível vermelho.
"Normalmente, os sem abrigo não gostam de ficar no metro", adiantou a responsável da câmara.
Vão ser igualmente reforçadas as vagas de emergência, disponibilizando-se mais 30 camas que "normalmente, não chegam a ser utilizadas".
Os sem abrigo podem pernoitar nos centros do Beato, Xabregas, Graça e Glória (junto à Praça da Alegria) e em albergues nocturnos.
Quem estiver interessado em doar alimentos ou roupa quente pode fazê-lo na junta de freguesia da área de residência.
O plano de contingência envolve 15 serviços do município, além de Organizações Não Governamentais (ONG), polícia e bombeiros.
É difícil saber ao certo quantos sem abrigo existem em Lisboa, mas Filomena Marques adiantou que, no ano passado, foram contactadas 1187 pessoas no âmbito de um plano de monitorização.
Em 2006, 90 por cento dos sem abrigo eram do sexo masculino e a faixa etária maioritária situava-se entre os 35 e os 44 anos.
Problemas económicos, alcoolismo e doença mental e toxicodependência eram os principais motivos que conduziam a esta situação.
RCR.
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