Além da paralisação, vão fazer uma manifestação para assinalar o Dia Internacional do Enfermeiro, que se celebra a 12 de Maio.
Os enfermeiros entram em greve às 08:00 de terça-feira, dia em que está também marcada uma manifestação em Lisboa para contestar o actual processo de renegociação das carreiras destes profissionais.
A greve, que se inicia às 08:00, e a manifestação, marcada para as 14:30, pretende também assinalar o Dia Internacional do Enfermeiro, que se celebra a 12 de Maio.
As duas iniciativas surgem depois de a última reunião com o Ministério da Saúde (MS), a 07 de Maio, não ter tido resultados positivos, com a Comissão Negociadora dos Sindicatos dos Enfermeiros (CNESE) a acusar a tutela de ter "recuado" em algumas das propostas já acordadas entre as duas partes.
A grelha salarial dos enfermeiros continua a ser uma das grandes batalhas. Apesar de serem licenciados tal como os professores ou os inspectores, o MS propõe que recebam menos, explicou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões.
Aos enfermeiros é proposto um ordenado de 1200 euros, enquanto os inspectores recebem cerca de 1400 e os professores 1500, referiu.
O Ministério da Saúde propõe ainda dez posições remuneratórias, mas segundo a sindicalista "nenhum enfermeiro vai conseguir atingir" a proposta de topo, uma vez que "para isso são necessários 50 anos de exercício profissional", quando na realidade os enfermeiros se aposentam depois de 40 anos de serviço.
O valor da proposta de topo é de 2694 euros, pouco mais do que aquilo que auferem actualmente com apenas 27 anos de trabalho, sublinha a CNESE em comunicado.
Perante este cenário, Guadalupe Simões disse à Lusa que a expectativa em relação à greve e à manifestação é alta estando, já confirmanda a presença de dois mil enfermeiros no protesto, que se iniciará em frente ao Ministério da Saúde, seguindo depois para a residência oficial do primeiro-ministro.
A greve, a terceira desde o início do ano, foi convocada por todas as estruturas sindicais dos enfermeiros. A anterior paralisação, no final de Abril, teve uma adesão de 77 por cento, segundo o sindicato, e de 64,5 por cento, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde.