A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) acumulou, desde 2006 nos seus armazéns, mais de um milhão de artigos contrafeitos apreendidos, fruto de milhares de operações que resultaram em mais de dois mil processos crime.
De acordo com o presidente da ASAE, António Nunes, cerca de metade destes artigos são para destruir, uma vez que não é possível retirar-lhes a marca sem os danificar.
«Quando conseguimos retiramos a marca e se o artigo ficar bom para ser usado é entregue a instituições de caridade», afirmou António Nunes, à margem do colóquio «Processo Penal e Crime Económico», que termina hoje e durante o qual o responsável da ASAE falou sobre o crime de contrafacção.
Segundo dados revelados no colóquio, entre 2006 e 2009 foram realizadas mais de 130.000 operações nesta área pela ASAE, mas só em 18.048 houve lugar a autos de notícia.
O responsável adiantou que o valor estimado para os produtos apreendidos ultrapassa os 10 milhões de euros, mas sublinhou que este valor é calculado não com base no real valor do artigo, mas no preço pelo qual ele estava a ser vendido quando foi apreendido.
As marcas Lacoste, Levis, Diesel, Puma, Timberland, Nike, Dolce & Gabanna, Ralph Lauren e Quick Silver foram as apontadas por António Nunes como as mais copiadas nos artigos apreendidos.
António Nunes sublinhou ainda que o crime de contrafacção «tem um enorme peso na economia mundial» e que, segundo estimativas, esta actividade causa um prejuízo anual de 300 milhões de euros no comércio mundial.