Num momento em que o contrato com a SIC está quase a chegar ao fim, os Gato Fedorento consideram a hipótese de não voltarem a assumir compromissos do género com canais televisivos. E querem voltar aos sketches
A menos de uma semana da estreia do seu novo programa, Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, que acontece a 14 de Setembro na SIC, os quatro humoristas apresentam a hipótese de não renovarem o contrato com a SIC nem estabelecerem contratos com nenhum outro canal televisivo.
O contrato de Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores, Miguel Góis e José Diogo Quintela com a SIC termina depois deste programa e os Gato Fedorento deixam já sinal do rumo que pretendem tomar a seguir.
«Vamos repensar a estratégia, encontrar um novo enquadramento para nós no panorama televisivo. O que significa que pode ser que não assinemos mais contratos com estações televisivas», disse ao SOL Miguel Góis. «Pelo menos não contratos da natureza dos que temos agora. Provavelmente vamos passar a produzir de forma totalmente independente e depois vender» esses conteúdos, acrescenta Tiago Dores.
Entre brincadeiras de começarem um período de hibernação, de não voltarem a encontrar mais nada para fazer ou de estarem à procura de uma estratégia mais adequada à sua preguiça, os Gato Fedorento assumem a vontade de mudança que não tem nada a ver com falta de liberdade criativa.
«A parte de fazermos o que queremos fazer já estava resolvida. A parte do quando queremos fazer é que não conseguimos resolver. Agora vamos optar por fazer o que queremos fazer quando queremos fazer», diz Tiago Dores.
A vontade de voltar ao formato de programa de sketches fica também reafirmada. «Imaginemos que uma série de sketches, entre escrever e produzir, demora um ano. Com um contrato, íamos ter de definir uma data, o número de episódios e tudo isso», explica Miguel Góis. Sem contrato, libertam-se dessas obrigações. «O que não significa que vamos passar dez anos sem fazer nada», afirma Tiago Dores.
A questão monetária é que parece não preocupar os Gato Fedorento. «Temos outras formas de ganhar dinheiro. Até escrevemos para a imprensa», diz Ricardo Araújo Pereira. «Mas raramente aparecemos em anúncios», conclui Tiago Dores.
SOL