2008-03-01 - 00:30:00
Combustíveis: Petróleo atingiu novo máximo
Gasolina sobe todos os dias
O preço dos combustíveis subiu diariamente na última semana. O litro da gasolina sem chumbo 95 aumentou cerca de 2,5 cêntimos (1,8 por cento); o do gasóleo 3,5 cêntimos (3,7 por cento).
Os aumentos são justificados com a valorização do petróleo, que atingiu ontem o máximo de 103,05 dólares em Nova Iorque e de 101,27 dólares em Londres. Nos últimos sete dias, a matéria-prima subiu 3,7 por cento na praça nova-iorquina e 4,39 por cento na londrina.
Ora, um barril de petróleo contém 200 litros. E há que ter em conta a apreciação do euro de 2,7 por cento relativamente ao dólar de 22 a 29 do mês passado.
Como pagamos o petróleo em euros, o litro da gasolina sem chumbo 95 deveria ter-se mantido a 1,389 euros e o gasóleo a 1,19 euros, porque a percentagem de progressão de um litro de petróleo foi só de 0,0084 por cento no período em análise. A verdade é que o litro da gasolina sem chumbo 95 está a 1,414 euros; o do gasóleo a 1,327 euros.
Então, porque pagamos aumentos elevados? Augusto Cymbron, presidente da ANAREC – Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis –, declarou ao Correio da Manhã que “a subida dos preços por parte das empresas petrolíferas é escandaloso” e que “a valorização do barril de petróleo não é justificação. Esteja o petróleo ao preço que estiver, mesmo a 105 dólares o barril, a moeda europeia também valoriza em relação ao dólar. E Portugal paga o petróleo em euros.”
Quanto mais caros os combustíveis, mais o Governo arrecada através do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) e do imposto sobre o valor acrescentado (IVA). Segundo Augusto Cymbron, “os lucros e os impostos é que são o busílis, porque os combustíveis são uma fonte de cobrança brutal de impostos. O imposto sobre os produtos petrolíferos representa 9,3 por cento das receitas fiscais em Portugal; em Espanha, 3,6 por cento; nos países da União Europeia, a média desse imposto é de 4,8 por cento.”
Só em Janeiro, o ISP deu aos cofres do Estado 260,9 milhões de euros (mais 9,5 por cento do que no primeiro mês de 2007), segundo dados da Direcção-Geral do Orçamento.
Ayala Monteiro
Fonte: Correiodamanha.pt