rya Membro Diamante
Inscrição : 08/01/2008 Nº de Mensagens : 12624 País :
| Assunto: Avis Ter 27 Abr - 14:24 | |
| A ver Avis
| Berço da dinastia que tomou o nome da terra e sede da Ordem de S. Bento de Avis, é o centro de uma região com sinais de ocupação desde a pré-história.
| | | Alda Rocha
| | | Quilómetros e quilómetros de planície ficam para trás até que se avista, sobranceira, Avis. Ao longe, é nítido o recorte do castelo, a circundar o branco dos edifícios que resguarda. Mais de perto, a Porta do Anjo convida-nos a entrar na muralha. Do lado de lá do arco, o Largo Cândido dos Reis acolhe grande parte do património que merece atenção. E mesmo num dia cinzento a cor das paredes contrasta com as buganvílias que trepam pelas paredes.
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A Torre da Rainha lá está, à esquerda, mas a subida à muralha guarda-se para fechar a visita em grande. Logo à direita erguem-se o Convento e a Igreja de São Bento, nome que invoca uma das mais importantes ordens militares do país.
A Ordem Militar de S. Bento de Avis recua a Afonso Henriques, ainda que alguns historiadores a considerem um braço da espanhola Ordem de Calatrava. O seu mais famoso cavaleiro só chegará duzentos anos passados e afirmar-se-á precisamente na oposição a Espanha: D. João I, mestre de Avis, ele que renunciou aos votos para fundar a segunda dinastia.
De origem medieval, a igreja foi sintetizando influências ao longo dos tempos. A estrutura é afinal de Quinhentos, mas a decoração é predominantemente setecentista. Ao lado, o museu municipal, instalado na sala do capítulo do convento, divide-se em três áreas de interesse. Além do núcleo arqueológico, abriga uma colecção de artesanato e mostras de antigos ofícios da população. Actualmente está encerrado, em obras de remodelação.
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À sombra das laranjeiras
O Palácio do Prior-Mor, contíguo, acolhe hoje os Paços do Concelho, edifício do século XVII. Seguindo pelo Largo Dr. Sérgio de Castro chega-se ao Largo Dr. Manuel Lopes Varela. É uma praceta elevada, rodeada de laranjeiras, onde apetece mesmo sentar.
O pelourinho é o centro das atenções, mas é a Igreja Matriz, num dos extremos, que merece visita mais atenta. Construída no século XV, em homenagem a Nossa Senhora da Orada, foi quase totalmente refeita no século XVII. Nos restauros posteriores recebeu o altar de talha dourada da capela-mor, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Um pouco abaixo, a antiga Misericórdia vale sobretudo pelo conjunto edificado.
Juntamente com os antigos Paços do Concelho, o Palácio do Prior-Mor e algumas casas nobres, testemunham a presença do barroco nesta região. Este estilo pode inclusive servir de pretexto para se fazer um roteiro pelo Norte do Alentejo.
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Numa das laterais da Igreja Matriz nasce uma ruinha estreita de nome engraçado. Chama-se Porta do Postigo e é uma das muitas por onde apetece cirandar sem rumo, apreciando o casario antigo. Desemboca na Torre de S. Roque, um bom ponto de partida para se seguir pela direita, até se sair da muralha. A ideia é contorná-la pelo exterior, num troço em que ganha uma particular imponência pela altura dos edifícios que resguarda. Havemos de regressar ao ponto de partida, para de novo entrar na Porta do Anjo.
Agora a muralha é nossa, para conquistar degrau a degrau, até chegarmos por fim à Torre da Rainha. De um lado o nosso olhar intruso espreita os recantos dos velhos pátios, onde as flores são notas de cor; do outro liberta-se, estendendo-se pela planície até ao horizonte distante.
http://www.lifecooler.pt/canalAlentejo/desenvRegArtigo.asp?art=9857&rev=2&cat=30
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