O país esteve praticamente parado durante três dias, quando os empresários das transportadoras avançaram com um bloqueio geral contra o aumento do preço dos combustíveis. Os camiões encostaram à berma, faltou gasolina, faltou gasóleo e até faltaram alimentos. Na madrugada do dia 12, os transportadores chegaram a acordo com o Governo e a circulação voltou à normalidade.
Agora o cenário pode repetir-se, pois são os próprios camionistas a ameaçar uma paralisação, refere o Rádio Clube Português. «Se o Governo não resolver o problema dos trabalhadores, poderemos enveredar por aí. Não estou a dizer que vamos fazer greve, nós queremos negociar com o Governo e com a associação patronal, mas não vamos desistir do direito à luta como forma de pressão», afirmou Amável Alves, do Sindicato dos Transportes.
Fim da paralisação
Os cerca de 35 mil camionistas portugueses não ficaram, então, satisfeitos com o acordo entre os empresários do sector e o executivo de José Sócrates e fazem novas exigências: «Desde 1997 que não existem negociações de aumentos salariais, de revisão do contrato trabalho... Os trabalhadores são pressionados, há excesso de trabalho, com 13, 14 e mais horas diárias. Ao governo compete fiscalizar condições e tem de haver apoio na formação».
No entanto, um dos organizadores da paralisação, Silvino Lopes, não compreende a ameaça de greve do sindicato: «O que se conseguiu com o Governo foi acelerar medidas que já estavam a ser preparadas. Há muitas questões que ficaram resolver, mas não é por isso que íamos continuar parados. Cada pessoa é livre de dizer e especular aquilo que entende».
Desta forma e a confirmar-se a ameaça de greve, a Associação Nacional de Transportadores Portugueses não estará ao lado dos camionistas.
In diario.iol.pt