Biberão: um bom aliado
Embora o leite materno seja o melhor alimento para os bebés, se por alguma razão o bebé não pode tomar peito e tem de se alimentar com leite de fórmula, o biberão torna-se indispensável para os pais e para o bebé.
Sabe-se que o leite materno é o melhor alimento para as crianças: é o único que lhe oferece protecção imunitária, não tem qualquer custo, e além do mais é muitíssimo prático, já que está disponível a todo o momento, sempre à temperatura ideal, e não é necessário esterilizá-lo.
É, por outro lado, raríssimo que os bebés alimentados com leite materno se constipem. Mas fique tranquila: se por alguma razão o seu bebé tiver de tomar leite de fórmula, os disponíveis no mercado permitir-lhe-ão alimentar-se bem.
Os bebés alimentam-se exclusivamente com leite – quer seja materno ou de fórmula – até ao quarto mês de vida, momento em que se incorporam na alimentação as primeiras papinhas.
Quanto come o bebé?
A quantidade de leite que uma criança deve tomar varia de acordo com a sua idade e com o seu peso. À medida que cresce, supostamente, requer maior quantidade. O cálculo pode fazer-se tendo em conta a capacidade gástrica do bebé, que alcança os 30 mililitros por cada quilo de peso. Por exemplo: um recém-nascido que pesa três quilos deve tomar 90 mililitros, aproximadamente.
Nos casos em que o bebé é amamentado mas que tem também de tomar um suplemento, deve sempre amamentá-lo primeiro e decorridos alguns minutos oferecer-lhe o biberão. Não convém esperar um lapso de tempo maior, para evitar que se desorganizem os horários e o ritmo da alimentação. Se depois do peito não quer tomar o biberão, isso significa que está satisfeito.
As crianças alimentam-se a cada três horas, aproximadamente. Geralmente, os intervalos são maiores com a provisão de leite de fórmula, já que a digestão se torna mais lenta do que com o leite materno. Quanto mais pequeno é o bebé, menores podem ser as pausas.
No momento em que se incorporam outros alimentos à dieta, os intervalos de alimentação com biberão tendem a tornar-se mais prolongados. Ao completar um ano, habitualmente, dá-se-lhe um biberão pela manhã, outro à tarde e um terceiro à noite. Não entanto, nesta idade qualquer biberão pode ser substituído por uma sobremesa, fruta, iogurte ou outro alimento.
E se a mamã não está?
Se a mamã tem de se ausentar ou tem de regressar ao trabalho, a criança necessariamente deverá ser alimentada com biberão. Neste caso, é aconselhável que o pequenito pratique com antecipação como tomar o biberão, e do mesmo modo, a pessoa que o vai cuidar deverá ensaiar como dar-lho.
Muitas vezes, quando a mãe tenta incorporar o biberão, o bebé recusa-o. Isto não quer dizer que o recusará quando ela não estiver presente, mas sim que a passagem do peito para o biberão deve ser realizada por outra pessoa, já que o bebé reconhece a sua mãe pelo odor do leite e pelos seus próprios aromas.
Leite de fórmula
O leite adaptado possui muitos nutrientes essenciais, na quantidade e percentagem adequadas, que o leite comum não contém. Com efeito, se bem que a base dos mesmos seja um leite comum, retiram-se-lhe os elementos que um bebé pequeno não pode ingerir e adicionam-se-lhe outros nutrientes necessários.
Por exemplo, o leite de vaca possui proteínas em excesso, incompatíveis com a boa digestão do bebé e falta-lhe ferro, portanto, está contra-indicado no primeiro ano de vida. Ao leite adaptado, pelo contrário, retiram-se-lhe essas proteínas e adicionam-se-lhe vitaminas, ferro, aminoácidos, etc.
Os leites adaptados podem ser líquidos – muito práticos, mas com preços mais elevados – ou em pó. Neste caso, preparam-se a 15 por cento, ou seja: uma medida rasa por cada 30 mililitros de água. Também existem os leites de transição, que são um intermédio entre os leites adaptados e o leite de vaca comum.
Administram-se entre os seis e os doze meses de idade, e prepararam-se a 15 por cento: uma medida rasa para cada 30 mililitros de água. A partir do primeiro ano, o bebé já pode ingerir leite comum de vaca. De facto, actualmente há distintas classes, enriquecidas com cálcio, ferro e vitaminas A e D. No caso dos bebés prematuros, existem também leites especiais.
Como escolher os biberões e as tetinas
Não há demasiados segredos na escolha dos biberões. No entanto, na hora de escolher convém inclinar-se por aqueles de marcas reconhecidas, para estar segura de que são feitos com matérias não tóxicas.
O importante neste sentido é a tetina: deve contar com duas ou três saídas que permitam a circulação de ar para evitar que o bebé o engula (se a tetina não tem suficientes perfurações, a mamã pode realizar – cuidadosamente – algumas com uma agulha ao rubro).
Por outro lado, se bem que um só biberão chegue para alimentar o bebé, não é o mais prático, já que depois de usá-lo é preciso lavá-lo com muita água e sabão ou detergente, retirar os resíduos de leite com uma escova para biberões, enxaguar muito bem e finalmente esterilizar.
Se existe a possibilidade de contar com alguns biberões, torna-se muito mais cómodo, já que é possível esterilizar todos juntos ao final do dia. No que diz respeito às tetinas, as considerações são similares.
Em geral, o bebé gosta de uma em particular, como no caso da chupeta, independentemente de ser em borracha, silicone, mais redonda ou com forma anatómica. A decisão é do pequenito. Não obstante, convém dispor de algumas tetinas do modelo que o bebé escolheu, para o caso de se perderem ou rasgarem.
A selectividade das tetinas, habitualmente, acontece só até ao oitavo ou décimo mês. Depois, quando se habitua a comer diferentes alimentos, não há tantos problemas.
E se sobra leite?
O leite que sobra no biberão não deve voltar a ser utilizado. Por isso, uma vez que sabe quanto o bebé consome, o ideal é preparar a quantidade adequada, e se sobra algo, deite-o fora. Se o bebé toma leites líquidos empacotados em tetrapack, não é necessário fervê-los ao abrir o pacote, porque vêm esterilizados.
Neste caso, o que sobra dentro do pacote, deve ferver-se durante 10 minutos antes de se dar ao pequenito. Estas precauções devem tomar-se até aos 12 meses de vida. Depois desta idade, não é necessário ferver o leite, todas as vezes, se esteve no frigorífico todo o tempo e não se rompeu a cadeia de frio.
Precauções
Quando o leite é "longa vida" (os que não necessitam de frio enquanto estão fechados) e a marca reconhecida, não é necessário fervê-lo se o bebé tem mais de 12 meses. Mas uma vez aberto o pacote, deve conservar-se no frigorífico.
Ao contrário, se se trata de um leite comum deve ferver-se sempre antes de consumir, especialmente quando não estamos certos de ter respeitado a cadeia de frio.
Como esterilizar o biberão
A esterilização do biberão pode ser feita através da utilização de um esterilizador. No entanto, a forma mais simples consiste em colocar todas as partes do biberão numa panela com água e fazê-la ferver por dez minutos (não mais), depois da água ter entrado em ebulição. Depois, deve secar-se correctamente e guardar-se tapado no frigorífico.
Na hora de lhe dar o biberão...
- A melhor posição na hora de administrar o biberão é a clássica de amamentar: o bebé deve estar semi-sentado, num ambiente ameno, sem ruídos e aproveitando também o contacto corporal. É fundamental que seja um momento tranquilo, especialmente durante os primeiros meses.
- O biberão deve estar sempre semi-inclinado. É muito importante que o leite banhe todo o tempo a tetina para que não entre ar, já que o pequenino o engoliria, em vez do leite.
- Nunca se deve dar o biberão ao bebé quando está deitado, já que esta posição favorece a regurgitação e o aparecimento de otites.
- Nos bebés maiores, não devem adicionar-se ao leite substâncias açucaradas, porque favorecem o aparecimento de cáries e a diminuição do apetite.
- Depois de terminar de beber o leite, devemos deixar o bebé descansar na posição vertical. Pode arrotar ou não, e isso dependerá da quantidade de ar que ingeriu. Mas não é uma questão imprescindível.
Preparação do biberão
Depois de lavar correctamente as mãos com água e sabão e de pegar o biberão previamente esterilizado, os passos para prepará-lo são:
- Se se trata de leite adaptado em pó, a proporção indicada é uma medida rasa para cada 30 mililitros de água.
- Deve utilizar-se água corrente (da torneira) previamente esterilizada, ou seja, que tenha fervido durante dez minutos.
- Os bebés tomam o leite à temperatura corporal, por volta de 37ºC, de maneira que o biberão pode aquecer-se debaixo da torneira de água quente ou em banho-maria.
- Para testar a temperatura do leite, deixe cair umas gotinhas sobre as costas da mão ou no antebraço, que são as zonas mais sensíveis.
- O leite materno não tolera o uso do microondas, pois perde todas as imunoglobinas (anticorpos).
- Se bem que o leite adaptado como o leite comum de vaca se possam aquecer no microondas, não é o mais recomendado: o calor não é uniforme e é preciso ter muito cuidado para não queimar o bebé. Antes de lhe dar ou de experimentar na mão ou no braço, convém misturá-lo para que todo o conteúdo do biberão tenha a mesma temperatura.
Fonte: Sapo Bebé