Al-Qaeda ataca embaixada dos EUA

18 Setembro 2008 - 00h30

Iémen: Dois carros armadilhados explodem
Al-Qaeda ataca embaixada dos EUA
Seis suspeitos da al-Qaeda, alguns disfarçados de polícias, lançaram um ataque com dois carros armadilhados junto à embaixada dos EUA na capital do Iémen matando dez pessoas – seis seguranças iemenitas e quatro transeuntes. Os seis terroristas morreram no ataque – o segundo em seis meses – reivindicado pela Jihad Islâmica do Iémen, grupo com vínculos à organização de Osama bin Laden.


Eram 09h15 (06h15 em Lisboa) quando um veículo armadilhado explodiu ao tentar passar por um posto de controlo situado a cem metros de embaixada. Após esta explosão, seguiu-se um tiroteio iniciado por atiradores furtivos. Pouco depois outras explosões atingiram a embaixada, uma delas causada por outro veículo armadilhado.

Segundo um responsável norte--americano, que falou sob anonimato, este ataque – em que nenhum funcionário da embaixada morreu ou sofreu ferimentos – foi cuidadosamente preparado.

Recorde-se que em Março um ataque junto à embaixada dos EUA, também em Sana, falhou o alvo mas feriu estudantes iemenitas.

Ambos os ataques foram reivindicados pelo grupo Jihad Islâmica do Iémen, que exige a libertação dos seus militantes presos. As autoridades iemenitas têm cooperado com os Estados Unidos na luta contra o terror e já detiveram dezenas de terroristas. Em 1999 executaram mesmo o líder da Jihad. Apesar disso, o Iémen continua a ser um bastião dos extremistas islâmicos.

Bin Laden não comanda

A CIA acredita que o líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, não comanda actualmente as operações terroristas quotidianas, mas ainda assim a sua captura ou morte teria um poderoso impacto na organização. Segundo Michael Hayden, director da CIA, não há maior ameaça à segurança dos Estados Unidos do que a al-Qaeda e seus associados e, por isso, o terrorismo continua a encabeçar as prioridades da agência que dirige.

Michael Hayden adiantou que a CIA está também particularmente atenta à proliferação nuclear, sobretudo em países como o Irão, a Coreia do Norte e a Síria. "Bin Laden afirmou repetidamente que considera a aquisição de armas nucleares um dever religioso", lembrou o director.

Saiba mais

Unificação

Com 22,4 milhões de habitantes, o Iémen é o país mais pobre do Médio Oriente. A moderna República do Iémen nasceu em 1990 após a unificação entre a República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul).

1994 foi o ano em que Ali Salim al-Baid, o vice-presidente demitido pelo líder do país, Al-Abdullah Saleh, declarou a independência da República Democrática do Iémen. A secessão foi considerada ilegal. Persistem tensões entre o Norte e o Sul.

2000 foi o ano em que 17 norte-americanos morreram quando bombistas suicidas a bordo de uma embarcação insuflável fizeram-se explodir junto ao ‘USS Cole’ no Porto de Áden. A cooperação do Iémen com os EUA não tem travado ataques terroristas.

Sabrina Hassanali Com agências

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=B5FC217F-D567-4DAD-BD7C-B083C7E3DC85&channelid=00000091-0000-0000-0000-000000000091