Um grupo até agora desconhecido - Frente Revolucionária Afegã - reivindicou, esta terça-feira, a colocação de cinco cargas de dinamite nos grandes armazéns Printemps Haussman, em Paris. A capital francesa entrou em estado de alerta.
Num aviso que chegou pelo correio à agência de notícias France-Presse, a FRA reivindicou a colocação de "várias bombas" nos armazéns Printemps e exigiu a retirada do Afeganistão, antes do fim de Fevereiro de 2009, das tropas francesas. "Se ninguém agir antes de quarta-feira, 17 de Dezembro", as bombas explodirão, dizia a carta.
A Polícia instalou um perímetro de segurança em torno dos armazéns, entretanto evacuados, e encontrou os explosivos - cinco cargas com 100 gramas de dinamite, cada uma - no "3º andar, nas casas-de-banho", como anunciava a missiva.
"O que nós sabemos é que não se tratava de um dispositivo destinado a explodir. Vamos realizar um inquérito para chegar aos responsáveis" por este acto, afirmou a ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie. A ministra afastou, também, a possibilidade de se tratar de uma acção terrorista antes de uma simples "ameaça", considerando o alerta prévio e a ausência de qualquer detonador que accionasse os explosivos. Pelas mesmas razões a Polícia francesa pensa que os autores apenas quiseram lançar um aviso.
Esta descoberta, no coração das grandes lojas do centro de Paris, muito frequentado a menos de dez dias do Natal, lançou alguma instabilidade na capital francesa. Talvez por isso, o presidente Nicolas Sarkozy reafirmou, energicamente, a sua vontade de "firmeza" face ao terrorismo, apelando à "vigilância" de cada um face ao risco de atentado.
Um antigo juiz francês ligado à luta antiterrorista, citado pela France-Presse sob o anonimato, afirmou que a carta não possui os traços característicos das ameaças islamitas, na medida em que "não tem qualquer referência a um texto religioso". A evocação, no texto enviado pelo correio, às "vossas grandes lojas do capitalismo" é, também, segundo o magistrado, algo "demasiado visto".
De recordar que, no Verão passado, a França reforçou a sua presença no Afeganistão, onde mantém, neste momento,cerca de 2600 soldados.
IN Jornal de Noticias