O programa "Simplex" aplicado ao registo automóvel terá sido importante para o sucesso de um estratagema de burla na venda de viaturas que rendeu 50 mil euros. O esquema era liderado por uma secretária, de 48 anos.
A suspeita foi detida pela Polícia Judiciária do Porto na sequência de indícios que apontam para envolvimento em, pelo menos, seis casos ocorridos nas zonas do Grande Porto, Minho e Setúbal, entre Novembro de 2008 e Fevereiro passado.
O artifício utilizado pela mulher - que chegou a ter um cúmplice, entretanto falecido - consistia na apropriação indevida de viaturas, através de furto ou abuso de confiança, na simulação de compra e venda de viaturas com as mesmas características e obtenção de uma segunda via de documentos - não correspondentes com a realidade.
Segundo explicou ao JN fonte próxima do processo, para u sucesso esta situação terá contribuído, involuntariamente, o sistema de simplificação administrativa na obtenção de documentos e registos, pois não foi exigido reconhecimento de assinaturas.
Através desses documentos únicos automóveis fraudulentos, vários veículos foram vendidos a pessoas que desconheciam a respectiva proveniência. Segundo uma nota da PJ, as vítimas só se aperceberam do logro quando verificaram a desconformidade entre as matrículas e outros elementos de identificação das viaturas.
Ao todo, as seis viaturas cuja venda esteve envolvida neste esquema de burla renderam cerca de 50 mil euros à principal suspeita, secretária actualmente no desemprego.
Em causa nas transacções estavam veículos usados, de gama média, de marcas como Renault Mègane, Ford e BMW.
Aquando de uma busca domiciliária à casa da arguida, em Braga, a PJ deu de caras com outra realidade criminosa. O filho da mulher investigada era detentor de uma estufa para cultivo de liamba ("cannabis"), situada no exterior da habitação. As autoridades apreenderam dezenas de plantas em diferentes estádios de desenvolvimento, bem como sementes e algumas plantas já secas.
Este indivíduo ficou indiciado por crime de cultivo, posse e tráfico de estupefacientes.
Os dois arguidos foram ontem interrogados por juiz de instrução criminal para aplicação de medidas de coacção, que eram desconhecidas à hora de fecho desta edição. A mulher estava indiciada por burla e falsificação.
fonte: JN