Educação diz que estão entregues 370 mil. Dos mais de 33 mil em atraso, 90% são atribuídos a erros de candidatura ou falta de pagamento
O Ministério da Educação justificou com a falta de pagamento ou erros no preenchimento de candidaturas, da parte dos encarregados de educação, o facto de terem ficado por entregar mais de 30 mil Magalhães no final do ano lectivo.
Em resposta enviada à deputada não-inscrita Luísa Mesquita, no fim de Junho - à qual o DN teve acesso -, o gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues explicou que das 404 600 inscrições registadas até essa data já tinham sido entregues 370 mil computadores.
Quanto aos portáteis ainda por distribuir, o Ministério assumiu estarem "em trânsito, para serem entregues aos alunos, 3000 computadores Magalhães, já pagos pelos encarregados de Educação". Mas descartou responsabilidades sobre os restantes casos.
"Há 31 600 inscritos no programa a quem ainda não foi possível entregar o computador Magalhães", explicou o Ministério, "por incorrecção dos dados de inscrição (designadamente o número de telefone de contacto com o encarregado de educação) ou por ausência de pagamento".
Contactada pelo DN, Luísa Mesquita - que em Maio tinha questionado a tutela sobre "erros" nos portáteis e atrasos na sua entrega - acusou o Ministério de "lavar as mãos como Pilatos" em relação a este problema.
"A resposta é ambígua. Ficamos sem saber quantos desses 31 600 não pagaram o Magalhães", disse a deputada. "Mas mesmo se só houvesse 3000 computadores por distribuir isso já seria inadmissível", considerou. "É preciso perceber que estamos a falar de famílias que já pagaram, em muitos casos desde o mês de Janeiro".
Por outro lado, acrescentou, as explicações suscitam também dúvidas sobre a qualidade dos esclarecimentos dados às famílias durante o processo: "Todas as escolas que contactei [com atrasos na entrega] disseram-me que os computadores já tinham sido pagos. Mas também soube de casos de pais que estavam à espera do envio para fazerem o pagamento".
O Ministério esclarece também que houve 50 mil alunos do 1.º ciclo, "sobretudo do 4.º ano", que não se inscreveram. Segundo a tutela porque "optaram por aguardar e inscrever-se no programa e-escola no próximo ano lectivo". Resposta que também não convence a deputada: "Há muitas famílias que não chegam aos escalões mais alto da Acção Social [para as quais o Magalhães é grátis] que não podem pagar 50 euros.
Quanto aos erros, foi enviado às escolas software para apagar os programas em causa.
fonte:DN