O prémio Nobel da Medicina de 2009 premiou a descoberta e identificação da telomerase, uma enzima que renova um revestimento na extremidade do cromossoma cujo desgaste natural pode conduzir ao envelhecimento ou ao cancro.
Elizabeth Blackburn, nascida na Austrália, Jack Szostak, nascido na Grã-Bretanha e Carol Greider nascida em S. Diego, Califórnia ganharam o prémio de 10 milhões de coroas suecas (1,42 milhão de dólares), segundo foi anunciado pelo Instituto Karolinska, da Suécia.
"As descobertas... deram nova dimensão ao nosso entendimento da célula, jogou luz sobre os mecanismos de doenças e estimulou o desenvolvimento de potenciais novas terapias", disse o instituto.
A enzima tornou-se objecto da investigação de pesquisa da indústria farmacêutica, particularmente para o combate ao cancro, por se acreditar que ela desempenha um papel importante no crescimento descontrolado de tumores.
"Isso tem uma ampla implicação médica para o cancro, para alguma doenças hereditárias e para o envelhecimento", disse o instituto.
Greider, de 48 anos, afirmou que o prémio agora atribuído representa o reconhecimento do valor das descobertas que foram obtidas por pura curiosidade.
"Não tínhamos ideia quando começámos que este trabalho seria envolvido com o cancro, mas havia simplesmente uma curiosidade de como os cromossomas se mantinham intactos", afirmou ela através de comunicado.
"A nossa abordagem mostra que, ao mesmo tempo que se pode fazer uma pesquisa para responder uma a pergunta específica, também se pode simplesmente seguir o instinto."
Colega de Greider, Blackburn foi demitida em 2004 do Conselho de Bioética do então presidente dos EUA George W. Bush devido às suas críticas à política do governo norte-americano para as pesquisas com células-tronco embrionárias.
Os três cientistas estavam entre aqueles que eram apontados como prováveis vencedores, de acordo com a previsão anual da Thomson Reuters.
Blackburn é investigador na Universidade da Califórnia, em San Francisco, Greider na Escola de Medicina John Hopkins, em Baltimore., e Szostak na Escola de Medicina de Harvard desde 1979, actualmente no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.
Fonte:
Eduardo Caetano, RTP
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Premio-para-descoberta-que-traz-esperanca-ao-tratamento-do-cancro.rtp&article=284484&visual=3&layout=10&tm=2