Peritos sustentam que material apreendido denuncia que grupo preparava novas acções, a partir de Portugal ou de Espanha.
O material encontrado na carrinha de marca Iveco, conduzida pelo alegado membro da ETA, Garikoitz García, indica, segundo os peritos da luta antiterrorista, que o "comando" detido em Portugal no fim-de-semana pelos agentes da GNR se preparava para cometer um atentado de "grande envergadura", através de uma nova base que poderia ser instalada de um ou de outro lado da fronteira.
A pista é sustentada pela existência de três botijas de gás propano e butano, vazias, e com uma capacidade de 84 litros, sendo que uma delas está cortada na parte de cima, pronta a ser usada como "canhão". Conforme explicam os peritos, a ETA costuma utilizar este tipo de material para os atentados com carros-bombas. As botijas são cheias com explosivos (que também foram encontrados na carrinha), colocadas na mala de um carro e detonadas à distância.
Numa nota emitida pelo Ministério do Interior espanhol lê-se que foi identificado material que o grupo terrorista costuma usar para montar esconderijos ou "zulos", como três bidões metálicos, dois maiores e um mais pequeno, que funcionam como protecção ao equipamento que tem de ser enterrado. Destaca-se ainda a existência de dois recipientes de plástico com líquido, que está a ser analisado, e todo o material necessário para a elaboração de bombas-lapa, sistema que a ETA tem usado nos últimos atentados. Neste momento, a GNR e a Guardia Civil continuam a investigar a possibilidade deste grupo ter uma infra-estrutura em Portugal ou se a estariam a organizar na altura em que foram detidos. Mas tais acções têm decorrido discretamente, já que as forças de segurança acreditam poder haver do lado de Portugal ou de Espanha um novo espaço alugado por alguém da ETA que se tenha deslocado previamente àquela zona ou que por ali resida há algum tempo. Uma coisa é certa: a quantidade de material encontrado na carrinha demonstra que a ETA planeava uma campanha de atentados a partir desta nova base, quer fosse em Portugal quer em Espanha.
Zapatero enalteceu ontem a "eficácia" dos Corpos e Forças de Segurança do Estado contra a ameaça terrorista, que permitiu a detenção de quatro membros da ETA em Espanha e Portugal. As mais altas instituições do Estado homenagearam nove agentes da Polícia Nacional e da Guardia Civil que morreram em 2009.
Dn