Mubarak recusa demitir-se mas promete abandonar o poder
Ao fim de oito dias de contestação e de cerca de um milhão de opositorres se terem juntado para exigir o fim do regime de Hosni Mubarak, o presidente egípcio veio dizer que não se demite, mas promete não participar nas próximas eleições. VEJA AS ÚLTIMAS FOTOS
O Presidente do Egito, Hosni Mubarak, anunciou esta terça feira, que não se recandidatará ao cargo e que utilizará os meses que restam do seu mandato para assegurar uma transição pacífica no país.
Mubarak fez o anúncio numa comunicação ao país transmitida pela televisão estatal egípcia, e difundida pelas cadeias internacionais, depois de oito dias consecutivos de protestos populares que exigem a sua saída do poder.
As eleições presidenciais no Egito estão marcadas para setembro deste ano. Resta saber se esta declaração de vontade de Mubarak será suficiente para acalmar a contestação, que, esta terça feira, atingiu o seu ponto mais alto.
Pode não ter sido um milhão de pessoas, mas um "mar de gente" encheu hoje o centro do Cairo com uma mensagem curta e clara: "Mubarak vai-te embora".
A praça Tahrir, que se tornou o epicentro do movimento de contestação popular, encheu a transbordar e as avenidas em volta estiveram constantemente cheias de pessoas a circular e a dirigirem-se para o centro da manifestação durante toda a tarde.
Bandeiras egípcias por todo o lado, caras pintadas com palavras de ordem e o ruído ensurdecedor de mais de uma centena de milhar de pessoas sem ligar ao recolher obrigatório sinalizaram que muito mudou no Egito em uma semana.
Confiantes, os manifestantes têm mantido um ambiente festivo, gritando slogans e entoando canções.
Apesar da multidão que se reuniu na praça Tahrir, ponto de partida para a manifestação, não há registo de desordem ou desacatos, com o exército a anunciar que não fará uso da força contra os participantes no protesto.