As cheias, as secas, as tempestades e a instabilidade do tempo tendem a agravar-se. A convicção é de Gonçalo Cavalheiro, consultor de ambiente, um dos presentes, esta segunda-feira, na 1ª conferência nacional sobre adaptação às alterações climáticas, no Estoril.
A conferência vai reunir investidores, decisores e especialistas em alterações climáticas, e abrindo um debate que se prolonga com encontros marcados até finais do próximo ano. "Vamos discutir como nos vamos adaptar em termos de turismo, seguros, ou recursos hídricos. Sabemos hoje que as alterações climáticas provocam um aumento de secas, cheias ou subida de temperatura, e que o fenómeno se vai agravar. Isto altera profundamente o nosso turismo, por exemplo. É preciso pensar em nos adaptarmos", explicou à agência Lusa Gonçalo Cavalheiro.
Entre os participantes contam-se o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, representantes dos governos inglês e espanhol (países que têm já em curso medidas de adaptação às alterações climáticas), especialistas nacionais e internacionais em aquecimento global, responsáveis de seguradoras e empresas de turismo, membros da União Europeia, do Instituto da Água e ainda responsáveis pela cooperação com países de língua oficial portuguesa.
A Conferência, organizada pela consultora em ambiente Ecoprogresso, visa avaliar a capacidade dos principais sectores socioeconómicos para se adaptarem ao clima que se prevê para as próximas décadas, com cheias urbanas ou tornados, que vão agravar custos e pedidos de indemnização junto das seguradoras.
O encontro "Portugal num Clima em Mudança" marca ainda o início de uma iniciativa que se prolonga por 18 meses, com 12 “workshops” temáticos, em que a questão das alterações climáticas será analisada de maneira mais desenvolvida por área de actividade, nomeadamente Água, Turismo, Agricultura, Energia, Biodiversidade, Zonas Costeiras ou Saúde.
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