Polícia acredita que tiros visavam assustar Sócrates
José Manuel de Oliveira, Faro
Segurança. Disparos contra local onde esteve primeiro-ministro
Tiros. Polícia segue a pista de um homem que circulava a cem metros do Pavilhão Arena
Os disparos efectuados com uma pistola ligeira de médio alcance contra o Pavilhão Arena, situado no Parque de Feiras e Exposições de Portimão, na sexta-feira à noite, quase meia-hora depois de o primeiro-ministro, José Sócrates, deixar o local após um jantar promovido pela Federação Distrital do PS, "poderão ter sido apenas para assustar", admitiu ao DN fonte policial. Ao que se sabe, com base em testemunhos recolhidos nessa noite pela investigação, a Polícia Judiciária já tem as características de um homem que circulava na altura em frente a blocos de apartamentos, e a mais de cem metros do Pavilhão Arena, quando, cerca das 23.30 horas, foram ouvidos os primeiros tiros.
Ontem em Olhão, onde presidiu à cerimónia de apresentação da Operação «Verão Seguro» /2008, no Algarve, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, voltou a insistir na ideia inicialmente defendida pela Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, para quem os tiros foram "uma brincadeira de muito mau gosto". "Claro que esse comportamento é inadmissível e justamente por isso a Polícia de Segurança Pública tomou imediatamente todas as medidas para preservar as provas e a Polícia Judiciária está a desenvolver uma investigação. Como já tive oportunidade de referir, não esperarão certamente que eu fale sobre essa investigação. Sobre a mesma deverão falar as autoridades judiciárias e os órgãos de polícia criminal quando chegar a hora própria", afirmou Rui Pereira, num encontro com os jornalistas. Depois de apuradas responsabilidades, "o autor, ou os autores, desse comportamento, serão apresentados perante a justiça", acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade de se ter tratado de uma acção para intimidar, Rui Pereira foi peremptório ao dizer que não especula sobre factos de natureza criminal. "Só a investigação poderá determinar quais foram as motivações, qual foi o objectivo de quem deu os tiros", notou.
Ainda sobre a ideia de tratar-se de uma brincadeira de mau gosto, Rui Pereira lembrou que "quando alguém dispara um tiro para o ar, em linguagem social pode dizer-se que é uma brincadeira de mau gosto porque não se pretende, realmente, matar ou ferir alguém". Contudo, também "há brincadeiras de mau gosto que são crimes, porque não é lícito dar tiros para o ar sequer". De qualquer modo, "o elemento único que existe sobre a inexistência de intenção de matar ou ferir alguém é os tiros terem sido dados para o ar", reforçou. Segundo apurou o DN, os dirigentes do PS/Algarve esperavam reunir no jantar com José Socráres, pelo menos 1.500 dos cerca de 4.000 militantes existentes na região. Contudo, apenas terão estado no Pavilhão Arena cerca de 700 pessoas.|
Fonte: Diário de Noticias