Cinco feriados calham em terças ou quintas-feiras e há quatro fins-de-semana prolongados
00h18m
JOÃO PAULO MADEIRA
O próximo ano terá menos fins-de-semana prolongados e possibilidades de ponte do que 2008, mas continuará generoso. Cinco feriados vão calhar à terça ou à quinta-feira e em Junho será possível tirar umas miniférias.
Em 2009, quatro dos 14 feriados nacionais calham ao fim-de-semana, mas os restantes possibilitam tirar dias-extra de descanso, para quem tenha possibilidade de fazer essa ginástica. Às cinco possibilidades de ponte juntam-se quatro fins-de-semana prolongados, fruto de feriados à sexta ou à segunda-feira.
Dos feriados nacionais, apenas o 10 de Junho calhará a uma quarta-feira, mas como o Corpo de Deus é no dia seguinte, será possível ficar cinco dias em casa nessa semana, metendo apenas um dia de férias na ponte de sexta-feira.
Embora continue fértil em fins-de-semana prolongados, 2009 não será tão generoso quanto 2008, em que houve sete pontes e cinco fins-de-semana prolongados, no Porto, e seis pontes e seis fins-de-semana de três dias, em Lisboa. As diferenças explicam-se pelo São João e Santo António.
Em 2009, se forem somados feriados nacionais e locais, fins-de-semana, pontes e os 17 dias úteis de férias que restam - para usufruir das pontes, será necessário gastar cinco dos 22 dias previstos na lei -, verifica-se que o ano terá 137 dias de descanso (136 em Lisboa ou nos concelhos que comemoram o Santo António, que calha a um fim-de-semana).
Aos feriados civis e religiosos, têm ainda de somar-se as tolerâncias de ponto que algumas empresas e a Função Pública costumam dar, casos da Véspera de Natal ou da tarde de Quinta-feira Santa, esta última comum na banca.
Luís Bento, docente na Universidade Autónoma e consultor em recursos humanos, estima que, entre perdas de produtividade directas e indirectas, os feriados e pontes tenham um impacto de 1% no Produto Interno Bruto. A valores de 2007, a perda será de cerca de 1,6 mil milhões de euros.
"Com as actuais taxas de crescimento do produto, pode significar a diferença entre crescimento económico e recessão", ilustra o professor. Como custos indirectos, Luís Bento dá o exemplo de pessoas que tiram a manhã para ir a uma repartição pública e, como está fechada devido a uma tolerância de ponto, têm de voltar lá no dia seguinte e faltar novamente ao emprego. Outro caso são as empresas de logística que não recebem as encomendas e têm custos acrescidos devido aos atrasos.
Para Luís Bento, o problema poderia ser contido se, no início do ano, houvesse uma definição das pontes e tolerâncias de ponto a usufruir, para que as empresas soubessem com o que contar. Outra medida seria encostar alguns feriados ao fim-de-semana, como já acontece em alguns países.
Claro que há trabalhadores para quem a ginástica dos feriados e das pontes pode não fazer muito sentido. É o caso dos mais de 330 mil portugueses que acumulam dois empregos, dos 2,7 milhões de pessoas que trabalham ao sábado e dos 1,3 milhões que o fazem ao domingo.
Fonte: Jornal de noticias