É no Porto que se localiza a maioria das lojas apoiadas na terceira fase do Sistema de Incentivos à Modernização do Comércio. São 48 os comerciantes e mais de quatro milhões a fundo perdido. Seguem-se Gaia e Penafiel.
Paulo Neves, proprietário da relojoaria Equação do Tempo, situada na Rua de Santa Catarina, no Porto, foi um dos comerciantes que viu o seu estabelecimento ser incluído no Sistema de Incentivos à Modernização do Comércio (MODCOM). Por isso mesmo, recebeu, ontem de manhã, a visita do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, que aos jornalistas adiantou que os 156 projectos apoiados no distrito do Porto correspondem a um incentivo total de 4,4 milhões de euros a fundo perdido, criando 376 novos postos de trabalho.
A par "do grande empurrão" que Paulo Neves tem consciência que o MODCOM significou para a abertura da nova loja há ano e meio, o comerciante de relógios e de artigos de ourivesaria é da opinião que "muita gente não adere a este incentivo por causa da burocracia a que se está sujeito".
"Tive o apoio de uma empresa especializada para reunir toda a documentação necessária, porque é uma tarefa que não se consegue fazer sozinho. Ainda assim, e já depois de ter entregue todos os papéis, fui chamado umas sete vezes para acrescentar dados", disse, ao JN, Paulo Neves, profissional que está no ramo da relojoaria há três décadas.
Em todo o processo do MODCOM, o lojista apresenta igualmente críticas ao tempo que se fica à espera do subsídio. "Demora muito tempo e se o comerciante estiver à espera do incentivo para abrir a loja, não avança", acrescentou.
Esse acabou por não ser o problema de Paulo Neves que, conhecedor "do potencial da marca Rolex", arriscou abrir o estabelecimento na Baixa do Porto. E, como este tipo de comércio é procurado "por clientes muito especiais" - o JN presenciou uma compra de dois relógios por mais de 6000 euros -, Paulo orgulha-se de começar o ano de 2009 "com lucros" na Equação do Tempo.
No balanço da terceira fase do MODCOM, o secretário de Estado do Comércio confirmou que o distrito do Porto "é o que promete criar mais empregos", sendo a Região Norte a que tem mais projectos apoiados, com 367, gerando 713 empregos.
O mesmo responsável anunciou também o lançamento, no próximo ano, do programa MERCA, de 100 milhões de euros, para apoiar a modernização do comércio que se localize em zonas de reabilitação urbana.
IN Jornal de Noticias