Ministro foi esta terça-feira ao Parlamento garantir que os apoios aos agricultores crescerem 12,5% em 2008, numa resposta indirecta a Cavaco Silva, que, na mensagem de Ano Novo, chamou a atenção para o fraco rendimento na Agricultura.
Sem nunca admitir que incluía o presidente da República entre "os que nos últimos dias têm vindo a emitir opiniões não fundamentadas sobre os apoios aos agricultores", Jaime Silva citou estatísticas europeias, do Eurostat, e nacionais, do INE, para concluir que o rendimento dos agricultores, em 2008, "aumentou 4,8% em Portugal enquanto na União Europeia diminuiu 4,3%".
Para este aumento do rendimento ainda não contribuiu - de acordo com as palavras do ministro, que respondeu a perguntas dos deputados da comissão de Agricultura - o crescimento dos apoios aos agricultores.
Só no âmbito do programa europeu Proder, Jaime Silva disse já ter sido pago este ano um valor acima dos 425 milhões de euros. Com este dado, o governante pretendeu desmentir os deputados, em particular os do CDS-PP, que acusaram o Ministério de nada ter pago aos agricultores.
O ministro não se esqueceu de sublinhar (como José Sócrates já anunciara na entrevista de anteontem à SIC), que "o orçamento do Ministério da Agricultura irá ser reforçado em 100 milhões de euros para que possa ser garantida a parte nacional de mil milhões de euros de apoios comunitários, no âmbito do Proder". Um programa de apoio aos agricultores que Jaime Silva lembrou ter sido negociado em Bruxelas pelo Governo socialistas, para garantir "mais produtividade e melhor qualidade da agricultura portuguesa".
Ainda para responder aos tais "comentadores dos últimos dias", o ministro anunciou que "em Fevereiro serão publicadas as listas de todos aos apoios concedidos" .
"Esses comentadores, que foram atrás do CDS-PP, bem podiam ter esperado por Fevereiro para concluírem que no total são pagos mais de 1244 milhões de euros em apoios". Mais uma afirmação de Jaime Silva que poderá ser entendida como resposta indirecta ao presidente da República.
No entanto, à saída da reunião da comissão parlamentar, o ministro disse não comentar as declarações de Cavaco Silva. Apenas fez questão de considerar que a situação dos agricultores portugueses em relação aos dos restantes países da União Europeia é inferior (como acentuou o chefe de Estado) é culpa da Política Agrícola Comum, "que foi feita para a Europa do Norte" e que as ajudas comunitárias se baseiam no histórico.
In Jornal de Noticias