Radicalização. Movimentos de professores vão pôr à consideração da classe o endurecimento dos protestos contra o ministério, caso a negociação da revisão da carreira não dê frutos. Volta a falar-se em greve às avaliações e em paralisações mais prolongadas
Associações querem fim da divisão na carreira
Os professores vão endurecer as formas de luta contra as políticas do Ministério da Educação, em especial contra a avaliação e a divisão da carreira. E ameaçam com formas mais radicais de protesto, como greves mais prolongadas, por tempo indeterminado ou de zelo e ainda paralisações na altura das avaliações dos alunos.
O tipo de acções , a levar por diante no segundo período, deverá ser decidido na próxima terça-feira, no dia de reflexão nas escolas . E segundo explicaram os sindicalistas ao DN tudo está dependente do resultado das negociações sobre a carreira.
A radicalização da luta começou a ser discutida já na passada terça-feira, quando a Plataforma e associações independentes se encontraram para debater as questões relativas às políticas da Educação. Nessa reunião, além de se ter preparado o dia de reflexão nas escolas, falou-se de uma possível manifestação conjunta em frente ao Palácio de Belém, no dia da greve nacional - 19 de Janeiro.
E embora esta hipótese tenha sido descartada, as partes convergiram na necessidade de intensificar as acções contra as políticas do Ministério da Educação, a aplicar se as negociações sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente forem infrutíferas. "No dia 13 vamos equacionar novas formas para radicalizar a luta, não apenas contra a avaliação, mas pela supressão da divisão da carreira em titulares e não titulares", adiantou Mário Machaqueiro, da Associação de Professores em Defesa do Ensino.
Ao que o DN apurou, em cima da mesa estiveram propostas de prolongamento das greves, tendo sido apresentada novamente a hipótese de se fazer greve às avaliações dos alunos. "Vamos auscultar os professores sobre formas de luta a utilizar se as nossas propostas não forem aceites pelo Governo", confirmou Carlos Chagas, do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores. "Podemos recorrer a greves mais prolongadas, mas sempre dentro de um quadro de legalidade. Até já se falou em greves sem termo certo" revelou o sindicalista. Ilídio Trindade, do Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores, reconheceu que as paralisações por tempo indeterminado foram apenas uma das formas de luta apresentadas. "Eu próprio sugeri o recurso a greves de zelo. O importante mesmo é manter a luta contra a avaliação e contra a divisão da carreira", sublinhou ao DN o professor.