Na Assembleia da República vão ser discutidos esta tarde, de quinta-feira, quatro projectos de lei da oposição, cujo principal objectivo é alargar o subsídio de desemprego e alterar algumas regras em vigor. Propostas com as quais o Governo não concorda.
A oposição avança com novas propostas para o subsídio de desemprego. O deputado do PSD, Adão Silva, considera mesmo «que o Governo tem aqui um comportamento mesquinho, uma espécie de solidariedadezinha para os mais carenciados».
A oposição vai também apresentar propostas para alterar o número de dias de trabalho para ter direito ao subsídio.
A deputada Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda, e Bernardino Soares, do PCP, apresentam os motivos que vão levar a plenário.
«Devido à crise, o desemprego vai aumentar e, portanto, é justo que o país tenha uma resposta acrescida para os trabalhadores que vão ficar em situação de desemprego em tantas empresas», sublinhou o deputado comunista.
«Consideramos que estas são medidas absolutamente necessárias para uma maior protecção aos desempregados que vão ser um flagelo no próximo ano, decorrente da crise financeira e económica», salientou Mariana Aiveca.
No CDS-PP, o deputado Mota Soares avança com a ideia de uma majoração para casais desempregados porque «infelizmente em algumas partes do país e em alguns sectores de actividade aconteceu o marido e a mulher ficarem no desemprego», afirmou.
No início de um ano em que o Banco de Portugal prevê 90 mil novos desempregados, a oposição apresenta as medidas que entende necessárias para combater o desemprego.
Já o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, lembra que o Executivo está mais preocupado com os desempregados que podem ainda este ano perder o subsídio.
«A nossa preocupação são aqueles que ficam sem qualquer apoio, se realmente terminarem o subsídio numa altura em que o desemprego está numa fase mais dificil e, por isso concentramos todos os recursos disponíveis no prolongamento de seis meses do subsídio social», justificou.
Uma atitude que deixa antever uma rejeição da maioria socialista às propostas que vão ser apresentadas esta tarde pela oposição.