Portugal vai estar hoje de olhos postos em Vénus, através de telescópios distribuídos de norte a sul, com acesso gratuito, pelo programa "E agora eu sou Galileu", organizado no âmbito do Ano Internacional de Astronomia (AIA).
O objectivo é "recriar as primeiras observações de Galileu Galilei, ocorridas há 400 anos, e interpretar a sua importância para a astronomia à luz de hoje", explica José Afonso, coordenador do programa do AIA e investigador do Observatório Astronómico de Lisboa.
Nas observações de hoje, 30 telescópios de Bragança ao Algarve vão permitir analisar as diferentes fases do Planeta Vénus, actualmente visíveis ao entardecer e ao pôr do Sol, das 18:30 às 22:00, hora limite para se observar o Planeta.
"Em Lisboa, quem se deslocar ao Observatório Astronómico ou ao planetário Calouste Gulbenkian vai ter cadernos informativos especialmente criados para estas observações, mas também pessoas capazes de explicar o que significaram as observações das fases de Vénus para Galileu e para a sociedade da altura", explica José Afonso, destacando que foi por causa de Galileu que a Humanidade ficou a saber que o Sol não girava em vota da Terra.
"E agora eu sou Galileu" é organizado por sessões e cada uma terá um tema, desde as luas de Júpiter, aos anéis de Saturno, mas também a tipologia da Lua ou as manchas solares.
O programa prolonga-se até ao fim do ano, sendo que já estão escolhidas 14 datas em que o público poderá participar na iniciativa, com os seus próprios aparelhos amadores ou com os que forem disponibilizados nos diversos locais.
"Estamos a pedir a todas as pessoas que têm um telescópio que apoiem esta iniciativa, promovendo uma sessão de observação na sua localidade", refere o coordenador do programa.
"Há até várias escolas secundárias que estão a organizar as suas observações locais e estão a colaborar connosco para as organizar", adianta.
O Ano Internacional de Astronomia é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, o Ciência Viva e a European Astronomical Society (EAS).