O ex-Presidente da República Jorge Sampaio considerou hoje que o problema do financiamento do sector da Saúde é mais grave que o da Segurança Social, mas reconheceu que a situação dificilmente se resolverá sem maiores contribuições dos utentes.
«Não conheço outros países da OCDE com um sistema de saúde de matriz igual à nossa que tenha encontrado uma fórmula milagrosa que não implique um aumento das contribuições de utentes», como consumidores, como contribuintes, ou ambos.
Jorge Sampaio falava durante a conferência «A inovação ao serviço da saúde e do doente», organizada pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), que decorre hoje em Lisboa.
No evento, Jorge Sampaio falou sobre «a saúde como serviço e factor de desenvolvimento», recordando o percurso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde que foi criado, há 30 anos.
Na altura, disse, existia uma grande promiscuidade entre os sectores público e privado, que viria a «atenuar-se», em parte graças aos novos modelos de gestão, primeiro nos hospitais e agora nos cuidados de saúde primários.