Têm quatro patas, bigodes, muito pêlo, feitios mais ou menos difíceis e a ajuda do Banco Alimentar dos Animais (BAA), que, desde Dezembro, entrega mantimentos, cobertores, medicamentos ou brinquedos aos cães e gatos mais desamparados.
Alguns têm nomes retirados do nosso imaginário infantil, como o Zorro, a Godzilla, o Golias, a Barbie ou a Cindy, outros são confundidos com aristocratas como o Marquês, outros têm nomes originais como a Maria Azeitona ou a Maria Seara e outros ainda, como o Romeu e a Julieta, lembram-nos que nem todas as histórias têm um final feliz.
Todos estes, e muitos outros, foram acolhidos pela Focinhos e Bigodes, uma pequena associação para a protecção de cães abandonados que luta todos os dias para lhes dar um lar e que conta agora com uma ajuda extra.
«É sempre importante [ter a ajuda do BAA], porque nós vivemos dos sócios, que neste momento ainda são poucos, das campanhas que vamos fazendo e das coisas que as pessoas vêm cá oferecer, e a campanha alimentar é importante porque algum dinheiro que nós conseguimos angariar é para as esterilizações, para os remédios ou para os veterinários», disse à Lusa uma das responsáveis pela associação, Ester Tenreiro.
O espaço, existente há seis anos em São Domingos de Benfica, em Lisboa, é pequeno e já está cheio com os 60 cães que a associação foi entretanto recolhendo das ruas. O lar provisório destes animais são várias boxes que têm vindo a ser recuperadas muito à custa do trabalho de todos os voluntários da Focinhos e Bigodes.
«[A maior dificuldade da associação é] a situação financeira, principalmente, porque para termos isto e a Câmara deixar que isto continue, temos de ter muitas condições e é o que temos estado a fazer com estas obras para depois termos uma aprovação e podermos continuar», explicou Ester Tenreiro, sublinhando que a alimentação e os cuidados médicos com os animais são o que mais pesa no orçamento da associação.
BAA conseguiu entregar mais de 1.300 quilos de ração
Um trabalho que conta agora com a ajuda do Banco Alimentar dos Animais, criado em Dezembro do ano passado com o propósito de angariar alimentos para todos os cães e gatos que, com particulares ou em associações, precisem de ajuda.
«Esta ideia surgiu entre mim e a Ana Ribeiro, do Porto, numa conversa, porque tínhamos a ideia do Banco Alimentar Contra a Fome, que era uma ideia interessante, mas ligado com os animais, ou seja, distribuição de ração», explicou o co-fundador do BAA, durante a entrega de alimentos e cobertores à Focinhos e Bigodes.
De acordo com João Pedro Valente, apesar do BAA só existir há pouco mais de dois meses, já conseguiu entregar mais de 1.300 quilos de ração em 33 ajudas a associações e particulares e conta já com a ajuda de 91 voluntários espalhados de norte a sul do continente e nas ilhas.
Como ajudar?
«O nosso principal objectivo é a criação de um stock ao longo de um mês e depois ir distribuindo pelas várias associações», frisou. A recolha desses mantimentos é feita, para já, só com a ajuda de donativos de particulares, porque o BAA ainda não é oficialmente uma associação.
«Recebemos a maior parte dos donativos de particulares que entregam a vários voluntários que estão estipulados numa lista no nosso blogue, mas também através de pontos de recolha, já que temos vários, em Lisboa, Porto e na Madeira», adiantou.
Por isso, quem quiser ajudar cães e gatos, mas não souber a que associação entregar, pode ir ao blogue do BAA para entregar os mantimentos, cobertores ou brinquedos que entender ao voluntário mais perto ou directamente nos pontos de recolha estipulados para cada distrito.
http://ajudaalimentaranimal.blogspot.com/