O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou esta terça-feira que "não há dúvida" de que os destroços localizados pela Força Aérea Brasileira flutuando no oceano Atlântico pertencem ao avião da Air France, que desapareceu na madrugada de domingo para segunda-feira, com 228 pessoas a bordo.
Jobim fez este anúncio numa conferência de imprensa, após visitar os familiares das vítimas num hotel carioca, indicando que o Airbus A330 caiu de facto em águas brasileiras.
O ministro disse que os aviões da FAB detectaram na tarde desta terça-feira em alto mar "uma faixa de cinco quilômetros de pedaços de avião", e que isso "confirma que a aeronave caiu naquele local".
À pergunta de um repórter sobre se os destroços encontrados pertenciam ao Airbus A330 da companhia francesa, Jobim respondeu que "são do avião, não há dúvida".
O ministro destacou ainda que "há três navios mercantes na região, e um navio patrulha da Marinha que chegará na manhã de quarta-feira, que começarão os trabalhos para recolher os restos que foram avistados".
Caso sejam encontrados corpos, os barcos transportar-los-ão até um ponto a 250 milhas marítimas do arquipélago de Fernando de Noronha, onde helicópteros concluirão o seu transporte.
O arquipélago pernambucano está a ser utilizado como base pela Força Aérea para as operações de busca, explicou Jobim.
O primeiro anúncio da descoberta de eventuais destroços deu-se a partir de um avião R99 que participava das buscas nocturnas, cuja tripulação comunicou que havia detectado "vestígios e pequenos destroços de aeronave no oceano", a 650 km a nordeste do arquipélago de Fernando de Noronha e a 1.100 km do continente, como anunciou o coronel Jorge Amaral, porta-voz da Aeronáutica, em Brasília.
Um outro avião foi enviado para a área esta terça-feira, ao início do dia, e às 06h49, hora de Brasília, foi confirmada a descoberta dos materiais, espalhados em duas áreas com 59 km de distância entre si.
A indicação do local do acidente foi essencial para definir qual o país que se encarregará das investigações. No caso, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos brasileiro (Cenipa) deverá assumi-las.
As autoridades francesas reconheceram que são escassas as chances de encontrar sobreviventes, mais de 30 horas depois do acidente numa zona marítima de grande profundidade.
SAPO/AFP