Em ano de eleições, o Governo quer evitar a repetição da vaga de crimes verificada no Verão do ano passado. Para melhorar a coordenação entre as polícias, o secretário-geral de segurança interna tem tido reuniões em todo o país.
Mário Mendes, juiz-conselheiro nomeado responsável pelo sistema de segurança interna, esteve ontem no Porto num encontro com responsáveis policiais de toda a Região Norte, com especial incidência na Área Metropolitana do Porto e região do Minho. A reunião aconteceu nas instalações da Polícia Judiciária do Porto, com a participação de cerca de uma dezena de dirigentes. Foram debatidas medidas concretas, visando a articulação dos órgãos de polícia criminal mais activos no combate ao crime no terreno - PJ, PSP, GNR e SEF.
Directamente dependente do primeiro-ministro José Sócrates, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna já promoveu reuniões também com responsáveis policiais da área de Lisboa, Setúbal e Algarve, locais onde têm sido registados crimes violentos. Em concreto, a coordenação do Sistema de Segurança Interna está dividida em três eixos: Lisboa-Setúbal, Porto-Braga e Algarve.
De acordo com informações recolhidas pelo JN sobre o conteúdo das reuniões, a principal preocupação do Governo e responsáveis pela segurança interna incide em prevenir um "Verão quente" como o do ano passado, durante o qual uma invulgar onda de crimes provocou alarme social e obrigou a várias explicações públicas do ministro da Administração Interna, Rui Pereira. Houve, inclusive, responsáveis políticos que exigiram a sua demissão.
Um dos crimes mais marcantes do Verão passado, em Agosto, foi o assalto com sequestro ao BES de Campolide, Lisboa, que terminou com a morte de um dos assaltantes, na sequência de um disparo de um "sniper" (atirador de elite) da PSP.
Além das zonas da Grande Lisboa e Setúbal, as localidades que os responsáveis elegem como passíveis de maior atenção são as zonas metropolitanas do Porto e de Braga. Isto é, são zonas em que é necessário uma maior vigilância e coordenação entre polícias. O objecto da atenção do secretário-geral incide, principalmente, sobre todos os crimes com uso de armas de fogo, como o roubo.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o Governo prepara-se para em breve apresentar um plano de combate ao crime e alguns números ilustrativos da realidade recente.
fonte: JN