A emissão de estalidos usando a língua pode permitir o reconhecimento de certas características do meio envolvente, o que pode ser útil em várias situações e em particular para as pessoas com défice visual acentuado.
É uma aptidão que normalmente atribuímos a morcegos ou a golfinhos mas um estudo realizado na Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid, revelou que também os humanos podem desenvolver a capacidade de ecolocalização ou seja, de conhecer o meio envolvente através da emissão de sinais acústicos. As ondas acústicas emitidas são reflectidas pelos objectos circundantes sendo possível determinar a que distância estes se encontram a partir do intervalo de tempo decorrido entre a emissão e a recepção do respectivo eco.
De acordo com autor principal do estudo, Juan Antonio Martínez da Escola Politécnica Superior, “O som quase ideal é o “clique palatal” – um estalido obtido colocando a ponta da língua sobre o véu palatino imediatamente atrás dos dentes e realizando um movimento rápido para trás”. Estes sons são semelhantes aos que são emitidos pelos golfinhos que, no entanto, são capazes de emitir 200 cliques por segundo ao passo que o ser humano não passa dos 3 ou 4.
Até à data apenas se conhecem dois casos de pessoas que desenvolveram a ecolocalização, ambas invisuais, mas a habilidade pode ser pode ser útil noutras situações – pode ser, por exemplo, usada pelos bombeiros para localizar as saídas no meio do fumo de um incêndio.
Fonte: Europa Press