Parte «significativa» das consultas realizadas pelos médicos de família é feita sem a presença do utente, por telefone, correio ou e-mail. São uma forma de facilitar o acesso à saúde nem sempre cobrada ao doente.
Luís (nome fictício) é médico num centro de saúde da Grande Lisboa. Algumas das horas que passa no centro de saúde são ocupadas a aconselhar pacientes ou a renovar receitas de doentes crónicos.
Não se queixa, mas sempre vai dizendo que esta é uma parte invisível do trabalho do médico de família, que não se contabiliza porque não tem lugar no registo informático.
Um trabalho que é igualmente imperceptível nas contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), já que é impossível cobrar a um utente pelo aconselhamento que o médico dá através do telefone ou por correio (tradicional ou electrónico). Já a renovação do receituário é normalmente cobrada com o valor de uma taxa moderadora.
As consultas médicas sem a presença do utente não são recentes e estão enquadradas legalmente.