O
Dia Internacional da Mulher, celebrado em
8 de Março tem origem nas manifestações femininas por melhores condições de
trabalho e
direito de voto, no início do
século XX, na
Europa e nos
Estados Unidos. A data foi adotada pelas
Nações Unidas, em
1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.
Manifestação no Dia Internacional da Mulher, em
Barcelona,
2009.
OrigemA ideia da existência de um dia internacional da mulher foi proposta na virada do
século XX, no contexto da
Segunda Revolução Industrial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As
operárias em fábricas de
vestuário e
indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos contra as más condições de trabalho e os baixos salários, em
8 de Março de
1857, em
Nova Iorque.
Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes, destacando-se o de
1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de
Nova Iorque, exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.
O primeiro
Dia Internacional da Mulher foi celebrado em
28 de Fevereiro de
1909 nos
Estados Unidos da América, por iniciativa do
Partido Socialista da América.
Em
1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em
Copenhaga, dirigida pela
Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã
Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o
Dia Internacional da Mulher foi celebrado a
19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na
Áustria,
Dinamarca,
Alemanha e
Suíça.
Poucos dias depois, a
25 de Março de
1911, um
incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de
segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de
Nova Iorque, até
11 de setembro de
2001. Para
Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da
Triangle se tenha incorporado ao
imaginário coletivo como sendo o fato que deu origem ao Dia Internacional da Mulher.
Na
Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da
Revolução russa de 1917. Em 8 de março de
1917 (
23 de fevereiro pelo
calendário juliano), a
greve das operárias da
indústria têxtil contra a fome, contra o
czar Nicolau II e contra a participação do país na
Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na
Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento:
“Em 23 de fevereiro (8 de março no
calendário gregoriano)
estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”. [1] Membros da Liga Internacional das Mulheres,
1922.
Cartaz
soviético de
1932. Em vermelho, lê-se: "
8 de março é o dia da rebelião das mulheres trabalhadoras contra a escravidão da cozinha." Em cinza: "Diga NÃO à opressão e ao conformismo do trabalho doméstico!"
Após a
Revolução de Outubro, a
feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu
Lenin para torná-lo num dia oficial que, durante o período
soviético permaneceu numa celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia numa ocasião em que os
homens manifestavam a
simpatia ou
amor pelas mulheres da vida —; uma mistura das festas
ocidentais do
Dia das Mães e do
Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores dos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na
Rússia, bem como na
Bielorrússia,
Macedónia,
Moldávia e
Ucrânia).
Quando a
Tchecoslováquia integrava o
Bloco Soviético (
1948 -
1989), esta celebração foi apoiada pelo
Partido Comunista da Tchecoslováquia, e foi gradualmente transformando-se em paródia. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em
checo) era então usado como instrumento de
propaganda do partido, que esperava assim convencer as mulheres de que considerava as necessidades ao formular políticas sociais. Durante as últimas décadas, o MDŽ acabou por se tornar uma paródia de si próprio. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada e era mesmo ridicularizada pelo cinema e pela televisão, na antiga Checoslováquia. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo ridicularizado do antigo regime.
No Ocidente, o
Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de
1910 e
1920, mas esmoreceu, sendo revitalizado pelo
movimento feminista da
década de 1960.
1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher, e a partir de
1977, a
Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional da Mulher.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher