É frequente pensar-se que a beterraba vermelha tem muitas calorias, por se confundir com uma outra variedade, a beterraba açucareira (branca), a partir da qual se extrai o açúcar. No entanto são variedades com características diferentes.
Apesar de a beterraba vermelha ter um conteúdo de hidratos de carbono da ordem dos 5%, o que lhe confere um sabor adocicado, ela é pobre em calorias. É constituída pela raiz e pelas folhas, que também podem ser comidas cozidas (embora normalmente se coma apenas a raiz).
A beterraba pode ser comida crua (em sumo, ralada em saladas), cozida, em pickles ou em conserva e nutricionalmente, a beterraba cozida é tão rica como a crua.
Como é um legume de preparação demorada (aproximadamente 1 hora de cozedura), é muitas vezes vendida já cozida. Se as comprar cruas para cozer, prefira as mais pequenas, que para além de serem mais tenras cozem mais rapidamente. Devem ser cozidas com a casca e descascadas posteriormente. Dessa forma evita que os utensílios fiquem manchados.
A cor vermelha intensa da beterraba deve-se a um pigmento chamado betacianina. Este pigmento é muito utilizado como corante pela indústria alimentar, em diversos produtos como a sopa de rabo de boi, o alcaçuz, gelados, etc. O nome do corante é vermelho de beterraba.
Do ponto de vista nutricional e, para além da pobreza em calorias, as beterrabas cruas e cozidas são uma excelente fonte de ácido fólico (em pickles, o teor de vitaminas e minerais diminui bastante).
A ingestão de ácido fólico é muito importante, em especial para as mulheres grávidas e para aquelas que pensam engravidar. Esta vitamina diminui significativamente o risco de o feto desenvolver uma mal formação da medula- a espinha bífida.
Para além disso, o ácido fólico é importante para evitar um tipo de anemia.
A beterraba contém algum ferro, vitamina C e a riqueza em potássio tornam este alimento útil na normalização da tensão arterial. Contêm fibras solúveis que ajudam a baixar os níveis de colesterol total e LDL (mau colesterol), implicados no risco acrescido de doenças cardiovasculares.
Os carotenóides e flavonóides existentes na beterraba também ajudam a evitar que o colesterol LDL e as paredes das artérias sejam danificados e oxidados pelos radicais livres. Essa propriedade antioxidante dos carotenóides e dos flavonóides protege igualmente contra a ocorrência de ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.
Os naturopatas acreditam que as beterrabas estimulam o sistema linfático e fortalecem o sistema imunitário. As qualidades purificadoras da beterraba, bem como a estimulação do fígado, dos rins, da vesícula, do baço e dos intestinos, são algumas das propriedades reconhecidas pelos naturopatas.
O sumo de beterraba fresca é um excelente tonificante e purificador do sangue, e têm-lhe sido atribuído valor como estimulante do fígado e auxiliar da digestão. Se o sabor deste sumo não lhe agradar muito, misture com sumo de laranja e/ou cenoura.
Valor nutricional de 100g de beterraba crua (*):
48,9 calorias
9 g de glúcidos (hidratos de carbono)
3 g de proteínas
0,1 g de lípidos (gorduras)
32 mg de cálcio
40 mg de fósforo
2,5 mg de ferro
351 mg de potássio
150 µg de ácido fólico
5 mg de vitamina C
2 g de fibras
(*) Os valores nutricionais da beterraba cozida ou em conserva não diferem muito dos da beterraba crua.
Se após uma refeição onde comeu beterraba, a sua urina ou as fezes tiverem uma coloração rosa- avermelhada, não se assuste. É que o pigmento da beterraba não é metabolizado pelo corpo, atravessando todo o aparelho digestivo sem sofrer alterações.
Fonte: vegetarianismo