O lanche do seu filho
Saúde e Alimentação Infantil
De um inquérito recente realizado em Portugal por uma revista de Defesa do Consumidor, conclui-se que lanchar não é, infelizmente, um hábito entre os nossos jovens. Mais de metade dos adolescentes declara não o fazer diariamente.
A repartição de refeições
Instituir diversas refeições diárias repartidas ao longo do dia – cerca de cinco ou seis – em detrimento de duas (almoço e jantar) é um hábito basilar para uma alimentação saudável.
Deveremos, com efeito, considerar as seguintes refeições: pequeno-almoço, refeição ligeira intermédia, almoço, lanche, jantar, ceia; de forma a que o intervalo entre as mesmas não exceda em muito as 3,5 horas.
Este procedimento permite que sejam progressivamente disponibilizadas ao organismo doses de nutrientes, de modo a que este os vá utilizando ao longo do dia para satisfazer as suas necessidades.
Consequências da não repartição das refeições
Estar muitas horas sem comer predispõe a hipoglicémia (falta de açúcar no sangue) que se manifesta por sintomas e sinais diversos que variam consoante as pessoas: cansaço, perda de força, desfalecimento, visão turva, confusão mental, cefaleias, irritabilidade, alterações do humor, enjoos, vómitos, tremores, problemas da articulação da fala, dificuldade dos movimentos.
A baixa de açúcar no sangue tem consequências importantes na nossa actividade diária, causando:
Dificuldades de concentração e mau rendimento escolar
Diminuição da atenção e da precisão dos movimentos no trabalho – aumento no nº de acidentes e diminuição do rendimento
Menor destreza na condução
Aumenta o apetite ao meio da manhã ou da tarde e nas refeições seguintes, levando ao consumo de maiores quantidades de comida, contribuindo para a obesidade
Diminuição da massa muscular – a falta de glicose obriga o organismo a recorrer às proteínas musculares para a produção de energia
Envelhecimento da pele.
O porquê do lanche…
O lanche é uma refeição ligeira que pretende dar resposta às necessidades do organismo durante o período de tempo, muitas vezes longo, que se estende entre o almoço e o jantar. A falta do lanche desencadeia fome durante a tarde o que suscita o célebre «petiscar» frequente; muitas vezes alimentos calóricos, ricos em açúcares e/ou gorduras e sem interesse nutricional. Quando chega à hora de jantar, vai sentir-se muitíssima fome e ser-se-á menos racional na escolha da ementa e das doses.
Além disso, lembre-se que após o jantar vai, na maior parte dos casos, «estacionar» em casa e, portanto, terá mais dificuldade e digerir a refeição e em gastar a energia.
Este tipo de práticas predispõem diabetes e obesidade.
Como deve organizar o seu lanche
Na escolha do seu lanche varie o mais possível, mas tenha presentes os seguintes alimentos:
Leite: fornece proteínas de elevado valor biológico, minerais (Cálcio e outros), vitaminas. O leite é o melhor fornecedor de cálcio. A obtenção deste mineral nos outros alimentos está bastante mais dificultada, além de estar disponível em menor quantidade.
Cereais e derivados: pão, cereais, papas de flocos de aveia, etc., são presenças mandatórias em qualquer mesa já que são fornecedores de açúcares complexos/amido, que permitem o fornecimento contínuo de energia, de acordo com as nossas necessidades ao longo da tarde. A manutenção de um nível estável de açúcar no sangue permite um controlo do apetite e dos picos de insulina. São praticamente isentos de gordura e fornecem proteínas vegetais, ferro vitaminas e fibras.
Frutos: privilegie a fruta fresca, tente variar ao máximo, tendo em consideração as frutas que já ingeriu em refeições anteriores.
Gorduras: manteiga ou margarina – magras se tem problemas de colesterol. Não se esqueça que são fonte de ácidos gordos essenciais e vitaminas A, D e E e devem constituir, no máximo, 30% das necessidades energéticas diárias.
Portanto, tendo em consideração estes pressupostos crie espaço para o lanche das suas crianças de modo a que sejam satisfeitas as suas necessidades, ficando assim garantido o seu crescimento saudável.
Fonte: Sapo Bebé