14 Julho 2008 - 00h30
Miséria: Família sem ajuda sobrevive abaixo do limiar da pobreza
Cuida dos dois filhos doentes aos 95 anos
Numa casa arruinada, sem água e sem luz, Palmira Rodrigues, de 95 anos, já mal ouve, mas ainda assume na íntegra o seu papel de dona de casa e toma conta dos dois filhos, Tomás Rodrigues, de 57, e Felisberto Sousa, de 58, ambos doentes.
Acontece na aldeia de Vilarelho, freguesia de Tresminas, concelho de Vila Pouca de Aguiar. Em condições degradantes, a família espera pelo auxílio da Câmara e da Segurança Social. Só querem ter uma casa, com as mínimas condições de habitabilidade.
"A única ajuda que recebemos foi há mais ou menos três anos. Puseram uns tijolos e uns tubos para a casa de banho da casa, o que também não representou grande ajuda. Afinal, para que é que aquilo serve se não temos água?", interroga-se Tomás Rodrigues, mineiro de profissão, hoje vencido por uma doença grave. "Desde a morte do meu pai, para aí há dez anos, que nos prometeram uma casa. Mas o tempo passa e não recebemos qualquer ajuda", lamenta.
Tomás Rodrigues explica ainda que o pouco que existe na sua habitação se degrada de dia para dia. "Chove cá dentro em todos os pontos da casa. E como não temos luz, temos de comprar por mês cerca de cinco litros de petróleo para o candeeiro."
Mesmo assim, a idade de Palmira Rodrigues não a impede de fazer as lides da casa. "Lavo alguma roupa e faço as refeições. Ainda uso o fogão", contou ao CM.
"Sou a mãe destes rapazes doentes. O Tomás sofreu muito na Mina de Jales e tem problemas graves de estômago. O outro sofre de paralisiade um dos braços e tem problemas na coluna", lamentou a idosa.
Contactada pelo CM, a Câmara de Vila Pouca de Aguiar disse desconhecer o caso e garantiu que serão enviados técnicos ao local.
PORMENORES
MISÉRIA TOTAL
A casa onde mora esta família não tem água nem luz. A miséria é total e o casebre ameaça ruir.
AJUDA URGENTE
A Câmara diz desconhecer o caso e promete enviar técnicos para avaliar a situação.
Almeida Cardoso
Fonte: Correiodamanhã.pt