O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Admnistração Local anuncia, esta quarta-feira, que não haverá recolha do lixo no Natal e no final do ano. A greve de quatro dias serve como protesto à intenção da Câmara do Porto de privatizar os serviços.
Na prática, a cidade do Porto corre o risco de ficar amontoada de lixo em datas cruciais de festas como são os próximos dias 24 e 25 e 31 e 1 de Janeiro.
Esta é a forma de luta encontrada por 270 trabalhadores da higiene urbana da Câmara do Porto que condenam o facto da Autarquia os "empurrar" para empresas privadas, temendo, assim, perderem alguns direitos pelo facto de deixarem de estar vinculados à Função Pública.
"Face à tentativa ilegal da Câmara Municipal do Porto de 'empurrar' 270 trabalhadores para empresas privadas", fonte do STAL, confirmou ontem, ao JN, que a forma de protesto prevista para as próximas semanas "é deixar a cidade do Porto sem recolha de lixo no Natal e no Ano Novo". "Para a Câmara fazer com que 270 trabalhadores suspendam as suas funções da entidade pública é obrigatório que esta estabeleça pré-acordos com os funcionários. O que, na prática, não aconteceu", acrescentou a mesma fonte.
De lembrar que, já no ano passado, o STAL avançou com uma greve à recolha do lixo nos dias 31 de Dezembro, 1 e 2 de Janeiro.
Na altura, os trabalhadores protestavam contra a elaboração do mapa de turnos que previa a prestação de trabalho aos fins-de-semana, a fim de evitar a acumulação de lixo nas ruas.
Há um ano, enquanto João Avelino, do STAL, confirmava que 80% dos trabalhadores da recolha do lixo da Câmara do Porto tinham aderido à greve, o vereador do Ambiente, Álvaro Castello-Branco, afirmou que a greve contava com a adesão de 41% dos trabalhadores.
Durante essa greve de três dias, o STAL acusou a Câmara do Porto de "infringir gravemente a lei da greve" ao contratar uma empresa privada para proceder à limpeza das ruas. Versão negada pelo vereador do Ambiente da Autarquia, que admitiu, porém, que foram contratados 15 trabalhadores a uma empresa privada "porque dos 50 cantoneiros requisitados pelo Ministério do Trabalho para cumprir serviços mínimos apenas 35 compareceram ao trabalho".
Na mesma altura, o STAL prometeu "avançar para tribunal" contra a Câmara do Porto, caso a Autarquia decidisse "voltar a contratar a Serurb para fazer a recolha de lixo".
O JN tentou, sem sucesso, obter uma reacção da Câmara do Porto à greve marcada para os dias 24 e 25, 31 e 1 de Janeiro.
IN Jornal de Noticias