Dois examinadores da Direcção-Geral de Viação e um proprietário de escola de condução estão acusados de corrupção activa por montarem um esquema de aprovação de cartas de condução em troco de almoços, bebidas, roupa ou envelopes com dinheiro
Dois examinadores da Direcção Geral de Viação aceitavam de tudo para aprovar candidatos à carta de condução, avança o Correio da Manhã.
Os dois homens, de 60 e 67 anos, faziam os exames em Coimbra e estão acusados de terem passado «dezenas e dezenas» de candidatos a troco de ‘prendas’ oferecidas por proprietários de escolas de condução da Região Centro.
Os funcionários públicos foram constituídos arguidos, assim como um empresário de uma escola de condução, num processo que será julgado brevemente em Coimbra. A acusação, a que o Correio da Manhã teve acesso, refere ainda 180 mil euros apreendidos.
Os examinadores, explica o Correio da Manhã, estão acusados de passar «casos difíceis» em troca de vantagens patrimoniais. A um dos examinadores, um dono de uma escola de condução terá cedido um automóvel. Outro empresário terá emprestado uma casa de férias na Figueira da Foz.
Os arguidos foram detidos em 2002, mas o Ministério Público admite que os ‘acordos’ se mantivessem «há vários anos». Os examinadores estão acusados do crime de corrupção passiva para acto ilícito e de branqueamento de capitais por usarem contas bancárias para ocultar os proventos da corrupção. O empresário é acusado de corrupção activa para acto ilícito na forma continuada.
SOL