Mais de 800 mil portugueses já pediram o Cartão do Cidadão, que foi lançado há cerca de dois anos por José Sócrates, nos Açores. Além de reunir o Bilhete de Identidade, o cartão de Segurança Social, de Contribuinte e do Serviço Nacional de Saúde, o cartão do cidadão acaba também com o cartão de eleitor, uma mudança que obriga milhares de portugueses a terem de votar no concelho onde vivem.
O primeiro-ministro, José Sócrates, foi dos primeiros a pedir o Cartão do Cidadão.
Durante anos votou na Covilhã apesar de viver em Lisboa, mas não era caso único.
Há dois anos, um milhão e meio de portugueses continuavam recenseados numa freguesia onde já não viviam.
Quem pedir o Cartão do Cidadão tem agora de votar na freguesia da morada única indicada para ser contactado pelos serviços públicos.
O Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, admite que os casos são muitos mas a mudança é gradual.
«Mas a dimensão dessa operação era de tal forma significativa e fazia-se perto de eleições que considerámos todos prudente circunscrever essa operação correctiva a um número determinado de casos», sublinhou.
Votar num sítio longe da residência habitual contínua a ser possível, mas mais dificil. Todas as cartas da administração pública passariam a ir para uma morada longe de casa.
«Vamos aproveitar cada um dos titulares do cartão de cidadão para estabelecer essa regra de coincidência entre a morada declarada e a circunscrição eleitoral», acrescentou.
O Cartão do Cidadão leva a uma actualização automática do recenseamento e acaba com o Cartão de Eleitor.