O Parlamento discute, esta manhã, um projecto de lei do PS para reduzir a quantidade de sal no pão. Uma medida que os industriais do sector consideram ser fundamentalista.
Os portugueses consomem mais do dobro do sal que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
O pão português é o mais salgado de toda a Europa o que, como é sábido, poderá provocar vários problemas de saúde, como a hipertensão, os acidentes cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
O deputado socialista, Jorge Almeida, explica que este é um plano para aplicar de forma faseada e garante que os consumidores nem vão dar pela mudança.
É preciso «um tecto máximo de teor de sal no pão e 25 por cento faz com que o consumidor não vá notar», sendo importante que esta redução seja implementada de forma ser faseada, afirma o deputado do PS.
Depois de consolidado este novo padrão, Jorge Almeida defende que no futuro «o processo legislativo deve fazer uma revisão e eventualmente mais reduções».
O presidente da Associação dos Industriais de Panificação concorda que é preciso fazer baixar o teor de sal nos alimentos, mas António Fontes entende que impor a medida por decreto é demasiado radical.
«Não acho que devemos ser fundamentalistas ao ponto de dizer todo o tipo de pão reduza-se a partir de dia 1 o teor de sal, depois não há condições para fiscalizar um comportamento que tem que acontecer muito por sensibilização e não por decreto», considera.
O PS acredita que todos os partidos vão apoiar esta ideia, mas no caso do CDS-PP sabe-se já que os deputados vão ter liberdade de voto. Para além deste diploma, o Partido Socialista apresenta esta manhã no Parlamento um projecto de resolução, no qual se recomenda ao governo a distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas.