Pelos menos 10 mulheres morreram neste ano devido a violência doméstica. No ano passado foram 47. Estes dados são da União de Mulheres Alternativa e Resposta, que exige uma intervenção do Governo.
Todos os elementos que dizem respeito a estes homicídios constam de um dossiê que será hoje entregue no Ministério da Administração Interna.
"Os dados referentes aos primeiros meses deste ano mostram uma ligeira diminuição dos homicídios no contexto de violência doméstica quando equiparados ao mesmo período do ano passado. Porém, os números pecam por defeito, porque apenas se contabilizaram os casos que vieram a público através da Comunicação Social", informou, ao JN, Maria José Magalhães, presidente da UMAR.
A mesma responsável adiantou que a UMAR contabilizou, em 2008, 47 casos de homicídio de mulheres em que, na grande maioria dos casos (82%), o agressor era o outro membro ou o ex- membro do casal, "quer o relacionamento fosse o de casamento, situação de união de facto ou mero namoro".
Aliás, nos dados finais do Observatório de Mulheres Assassinadas relativos ao ano passado, é notório que "a vítima localiza-se, sobretudo, entre os 24 e os 35 anos, por isso, cada vez mais jovem", adiantou Maria José Magalhães. "Temos, concretamente, quatro casos entre os 18 e os 23 anos. O que quer dizer também que as vítimas mais cedo querem sair da relação", acrescentou.
"Já a faixa etária mais elevada do agressor situa-se entre os 35 e os 50 anos", sublinhou a presidente da UMAR.
O registo de 47 mulheres mortas em 2008, devido a violência doméstica, é equiparado ao "ano trágico de 2004", explica Maria José Magalhães, que sublinha que, no ano passado, a região "negra" foi o Porto. "Estes números têm muito a ver com a escassez de resposta às vítimas e de uma falta de trabalho na prevenção. Especificamente na cidade do Porto, isto tem a ver com o facto de não existir um grande investimento há tanto tempo como noutras zonas".
Nesse sentido, a UMAR vai reabrir na Invicta, em finais de Junho, um centro de atendimento às vítimas de violência doméstica e às suas crianças.
fonte: jornal de notuicias