O negócio está mau. A crise assusta e, mais do que isso, mostra-se. E desengane-se quem pensa que a vida pode ter melhorado para as lojas dos chineses ou para as "low cost". Não. A crise, ao que parece, toca a todos.
Época de Natal é sinónimo de compras, de prendas. É a altura do ano pela qual anseiam os proprietários dos estabelecimentos comerciais, responsáveis por encher o saco do Pai Natal. É verdade que nos últimos anos o negócio já não correu de feição à generalidade dos comerciantes, por culpa de uma crise que espreitava, mas agora a situação piorou consideravelmente e nem as lojas onde se vendem os artigos mais baratos são poupadas.
Numa ronda feita pelo JN por lojas chinesas e "low cost" - as antigas lojas dos 300 ou as actuais lojas de 1€ -, onde é possível encontrar uma enorme variedade de produtos a baixo preço, o panorama não deixa margem para dúvidas: as vendas caíram, em muitos casos para metade.
As razões para tamanha quebra são de vária ordem, com a crise à cabeça, mas há também quem não hesite em apontar a fraca qualidade dos produtos como motivo suficiente para não gastar um euro. Comerciantes e funcionários queixam-se de que há menos compradores e de que há quem chegue a pedir para baixar os preços. É o caso de uma pequena loja de malas, artigos de bijutaria e decorações de Natal que abriu em Maio, no bairro da Graça, em Lisboa. "As pessoas queixam-se de que não têm dinheiro e pedem-me para baixar os preços", conta Parminder Kaur, natural da Índia e que mal fala Português. Ontem, durante a manhã, não venderam uma única peça. Este é o pior Natal desde que abriram, há dois anos.
IN Jornal de Noticias